Pular para o conteúdo principal

Começou com o primeiro irmão

O IPTU era, até 1988, um imposto de somenas importância nos cofres da Prefeitura e no bolso do proprietário de imóvel. O município o tinha apenas como uma fonte de arrecadação menor - em torno de 3% do orçamento , para fazer frente a despesas de manutenção do Paço e secretarias. De lá pra cá os critérios mudaram, aqui e em quase todos os municípios brasileiros. Coincidência ou não, o fato é que foi a partir da administração Ricardo Barros que o IPTU passou a incomodar o bolso do contribuinte. E por conta de uma supervalorização imobiliária, em muitos casos propmovida artificialmente, Maringá tornou-se uma cidade excludente. Isso explica os processos de inchaço de Sarandi e Paiuçandu, este em menor escala.
Sarandi recebe hoje em torno de 70 famílias por mês. A maioria vem de fora para morar em Maringá. Não consegue porque o custo dos imóveis aqui é elevadíssimo - tanto para compra como para locação.
Portanto, Maringá tem uma dívida social enorme com os dois municipios vizinhos, principalmente com Sarandi.
A polêmica do IPTU, que ficou praticamente congelada nos quatro anos do governo do PT, que se bem me lembro, fez apenas uma correção da planta genérica, volta agora com tudo. Os contribuintes estão novamente irritados, porque há
casos concretos de aumento de até 100%.
Lembro-me bem que no final de 2004, já em dezembro, último mês da gestão petista, fizeram uma pressão danada pera que o prefeito João Ivo mandasse mensagem para a Câmara, majorando o IPTU em até 20%. Houve pressão também para que o prefeito aumentasse a passagem do transporte coletivo urbano , ao mesmo tempo em que se dispusesse a sancionar lei que os vereadores aprovariam a toque de caixa, isentando a TCC de ISSQN. Tal manobra facilitaria ao prefeito que iria assumir em janeiro, baixar a passagem para os níveis que havia prometido em campanha. João Ivo se recusou, chegando a sugerir que o prefeito eleito Silvio Barros estava querendo usar a mão dele João Ivo para bater na cara do povo.
Diante da negativa do prefeito petista, alguns vereadores , que já andavam irritados com João Ivo por este ter se recusado a enviar mensagem ao Legislativo antes das eleições, aumentando os salários do prefeito, do vice e do secretariado, ficaram fulos da vida com o episódio da passagem de ônibus. Lembro-me de um diálogo do João com o João - Ivo e Alves. "Peraí João, quem pode garantir que voce não será o próximo prefeito. É quase certo que será. Então será voce mesmo o beneficiário do salário mais alto", disse o presidente da Câmara. João Ivo respondeu"Não se preocupe com isso, porque sou professor, sempre vivi com salário de mil e quinhentos a dois mil. Portanto o que o prefeito ganha hoje para mim já é uma fortuna. Se for eu o prefeito a partir de 2007, o atual salário tá pra lá de bom. Se for outro, problema do outro". E encerrou o assunto.
Ressalto que o interesse dos vereadores na majoração do salário do prefeito tinha a ver com o fato de que fazendo isso, os vereadores se desgastariam menos ao aumentarem os próprios salários.
O que pretendia o grupo político vitorioso nas eleições de outubro de 2004? Naturalmente jogar o ônus das majorações impopulares em cima da administração anterior. Não conseguiram, mas com o passar do tempo mostraram à população a que vieram. Não concordo com a máxima de que cada povo tem o governo que merece. Sinceramente, Maringá não merece isso. Apesar do erro cometido nas urnas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema