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Celso não era Hamlet


"Curitiba, cidade que foi pioneira na reciclagem, vive um momento curioso. Tem muita gente de olho no lixo. No coração da administração de Beto Richa se trava uma luta encarniçada, envolvendo poderosos interesses políticos, pelo posto de secretário do Meio Ambiente.
Um dos motivos que levam essa luta ao paroxismo não é nada ecológico. O novo secretário vai conduzir a licitação para a construção do novo lixão de Curitiba. Uma obra milionária que vai envolver custosas desapropriações e mexer com interesses dos mais diversos".
. Do jornal online Hora H News

Meu comentário: foi-se o tempo em que empresários ambiciosos e políticos gananciosos se lixavam para o lixo. De uns tempos para cá, o lixo tem sido uma das principais fontes de corrupção em administrações municipais. Associado ao transporte coletivo, é nitroglicerina pura. Não nos esqueçamos, pois, de tragédias anunciadas como os assassinatos de Celso Daniel (Santo André) e Toninho do PT (Campinas) , para ficar só nesses dois exemplos de grande repercussão nacional.
O jogo de interesses que cerca a destinação do lixo coletado e, em alguns casos também, o transporte coletivo urbano, é diabolicamente complexo.
Quantos Shakespears precisariamos ter para nos alertar de que há sempre algo de podre no reino da Dinamarca?. Li artigo de um auditor fiscal de Goiás, chamado
Dénerson Dias Rosa, que ao se deparar com uma podridão fiscal no exercício do seu mister, lembrou de uma das peças teatrais mais famosas que tinha assistido - Hamlet. Não se comparou ao personagem, mas usou o texto shakesperiano para dizer que a Dinamarca é aqui. Lembrou que:
"Hamlet foi ferido por seu algoz, de raspão, com sua espada embebida em veneno mortal, mas, antes que morresse, conseguiu eliminar seu algoz.No Brasil, já presenciei diversos “Hamlet’s”, feridos por seu algoz com sua espada envenenada, vindo a falecer. Mas ainda não vi nenhum “Hamlet” que conseguisse, mesmo morrendo, eliminar seu algoz, permitindo, aos que depois dele surgissem, que não tivessem que travar as mesmas batalhas.
Quantos “Hamlet’s” mais nós teremos que perder? “Hamlet’s” capazes e dispostos a gerar empregos, capazes e dispostos a gerar mais riqueza, capazes e dispostos a colaborar para o crescimento econômico nacional, capazes e dispostos a, em busca de seus ideais, se sujeitar a serem feridos por seu algoz, com sua espada embebida em veneno?
Quantos “Hamlet’s” mais nós teremos que perder antes que alguém efetivamente perceba que há algo de podre no reino da Dinamarca?”.

PS: No momento em que a imprensa começou a divulgar algumas verdades sobre o crime de Santo André, alguém pode ter sonhado ser Celso Daniel um Hamlet tupiniquim. Mas foi apenas sonho. Sonho de um sonho, magnetizado, mas sonho.

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