Pular para o conteúdo principal

O técnico não pode passar por cima do ético

Vi há pouco um debate no Globo Comunidade sobre o lixo de Maringá. Estavam na mesa com o apresentador Sandro Ivanovsky, o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Diniz Afonso, o chefe local do IAP, Paulino e o promotor Ilicir. O representante da administração municipal insistiu na legitimidade da solução encaminhada às pressas, com argumentos técnicos até convincentes. Paulino, meio tomado pelo espírito tucano (literalmente em cima do muro), repetia a obviedade óbvia de que o município precisa encontrar saída ecologicamente correta para um novo aterro, ao mesmo tempo em que deve trabalhar na redução do passivo ambiental existente no aterro ainda utilizado. Mas o promotor falou uma coisa que deve servir de norte para que a sociedade organizada exija mais respeito à "administração cidadã". Trata-se do respeito à lei e aos princípios democráticos. A legislação manda o gestor observar ritos contidos em lei específica e no Estatuto da Cidade. É preciso consulta popular, por meio de audiência pública . E quando se fala em audiência pública é audiência pública mesmo e não reuiões fechadas e manipuladas para fugir ao contraditório.
O que parece correto ao leigo, do ponto de vista técnico, pode não ser para quem entende do riscado. Além disso, nada justifica o desrespeito à ordem legal, em nome de uma emergência que, com perdão da rima, encobre a incompetência, para não dizer coisa pior. O argumento técnico, por melhor que seja, não pode se sobrepor aos argumentos éticos. Maringá não é uma capitania hereditária, onde há um donatário que faz e acontece e um povo, que só obedece.

Comentários

Anônimo disse…
Caro Messias. Sabemos que Maringá não é uma Capitania Hereditária, mas penso que a família Barros não sabe. Se soubesse não agiria com desprezo absoluto ao Estado Democrático de Direito, desreipeitando as diretrizes contidas no Estatuto da Cidade, incorporadas ao Plano Diretor que o próprio prefeito reeleito sancionou. Criar espaços verdadeiramente participativos é o mínimo que as diretrizes urbanas definem. Evidentemente, não espaços como aquele que foi falseado como Audiência Pública na aprovação do PAC Maringá, quando a prefeitura lotou 3 ônibus da TCCC para transportar apenas os cidadãos "condôminos do PAC", para aplaudir o senhor secretário Jurandir Boeira e vaiar todas as demais vozes maringaenses que não fizessem coro com o mesmo.

Postagens mais visitadas deste blog

Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema

Demora, mas chega...

 Estou ansioso pelo blog, que está demorando por conta da demanda de trabalho da equipe que está montando. Hoje recebi a notícia de que está sendo finalizado e entra no ar ainda esta semana. Pretendo atualizá-lo o tempo todo - de manhã, de tarde e de noite.