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Direto do túnel do tempo


A foto me foi enviada pelo amigo Antônio Carlos Locatelli (fotógrafo da UEM). É de uma palestra do professor Florestan Fernandes no Auditório Ney Marques. O ano não me lembro, mas lá se vão mais de 20. Sociólogo respeitadíssimo, Florestan inaugurou uma nova época na história da Sociologia do Brasil, tanto que era chamado de "pai da Sociologia brasileira". Tido e havido como o mais perfeito intérprete de Marx , no mundo acadêmico era uma espécie de unanimidade nacional, sobretudo na área de humanas.
Eu estive nessa palestra aí (apareço sentado bem no cantinho esquerdo da foto). No dia seguinte à palestra, entrevistei o professor para a Revista POIS É no Hotel Deville. Florestan se elegeu deputado federal por São Paulo com quase 200 mil votos, sem fazer campanha. Os estudantes e professores universitários fizeram por ele. Não se arrependeram certamente, porque ele acabou se transformando num dos mais imporaantes deputados constituintes em 1988.
E foi justamente sobre seu ingresso na política que fiz a primeira pergunta: "Como o senhor ingressou na política partidária e porque escolheu o Partido dos Trabalhadores?".A resposta foi objetiva: "Fui levado pelo Lula à política partidária. Um dia o Lula e o Plínio de Arruda Sampaio me visitaram na USP e já chegaram colocando a ficha de filiação em cima da mesa. Perguntei, então: "O que é que eu ganho entrando no PT?". Lula não pensou duas vezes:"O senhor não ganha nada, companheiro Florestan, pelo contrário, o sr. perde, porque vai ter que meter a mão no bolso para dar o dízimo pro partido". Então não tive dúvida: "Me dê a ficha aí, esse partido me serve".

PS: se vivo estivesse, que avaliação Florestan Fernandes estaria fazendo do governo Lula e principalmente da sua base de apoio no Congresso Nacional? Ainda mais ele, que já naquela época se mostrava decepcionado com o seu ex-aluno, senador Fernando Henrique Cardoso.

Comentários

Marta Bellini disse…
Que linda foto!

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Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema