O colega Milton Ravagnani,
temos que reconhecer, é um verdadeiro esgrimista da palavra. Lendo sua coluna
de hoje em O Diário , me convenci: o prefeito eleito de Maringá, Roberto Pupin, não poderia ter escolhido
Secretário de Comunicação melhor do que ele. Acertou na mosca, pois.
Milton tem habilidade para
tentar justificar o que parece injustificável, neste caso específico, o número
excessivo de CCs a ser nomeado pelo futuro chefe: “O que acontece é que a
cidade cresceu e os serviços oferecidos, também. E, dentro dessa estrutura,
parece compreensível que a administração mantenha nos postos avançados de
atendimento ao cidadão alguém de confiança para implementar as políticas
públicas negociadas com a sociedade durante a campanha eleitoral. Sem o
controle da máquina, como imaginar que o prefeito vai cumprir os compromissos
firmados com a população durante a campanha?"
Até certo ponto os argumentos
são consistentes. Digo até certo ponto porque na seqüência Milton dá algumas escorregadelas
na escada rolante da contradição. Por exemplo:"E nem sempre o objetivo de
atender aos anseios da população é o mesmo de subgrupos com interesse
eleitoral. Por causa disso, há no poder público um considerável aparelhamento
de tendências partidárias que não pode ser desprezado”.
Milton considera normal o
inchaço da máquina, em nome dos acordos
partidários feitos durante a campanha. Justifica , enfim, que para cumprir seus
compromissos de palanque o prefeito precisa atender indicações de apoiadores,
nomeando o que no popular se chamaria de apaniguados.
É muito clara a posição pouco
republicana do futuro secretário quanto
ao grau de confiança que ele tem nos servidores de carreira quando o assunto é
execução de programa de governo defendido em palanque. Ora, até as pombinhas da
Praça Raposo Tavares sabem que Maringá
tem um quadro próprio enorme, compatível com o tamanho da cidade e, justiça se
faça, altamente qualificado.
Não me vem à cabeça neste momento nenhuma
lembrança do impagável Rolando Lero, mas ainda bem, meu caro Milton “que o
funcionalismo é um corte longitudinal da sociedade, com tendências políticas e
ideológicas definidas”.
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