Todo mundo sabe que o jornalista Carlos Chagas, um dos mais respeitados analistas políticos do país, foi porta voz do presidente Costa e Silva. Isso, no entanto, jamais representou qualquer mancha na biografia desse grande profissional, que tive o prazer de conhecer pessoalmente quando fiz o estágio universitário na Câmara Federal, representando a UEM, por indicação do deputado Walber Guimarães e a aquiescência do então reitor Rodolfo Purpur (+). Falo de Chagas porque ele vem sendo vítimas de uma canalhice . Um radialista de Brasília leu no seu programa texto do jornalista, mas acrescentando um parágrafo que Chagas jamais escreveria. Veja:
“Nenhum deles mandou fazer um filme pseudo-biográfico, pago com dinheiro público, de auto-exaltação e culto da própria personalidade. Nenhum deles usou dinheiro público para fazer parque homenageando a própria mãe. Nenhum deles usou o Hospital Sírio Libanês. Nenhum deles comprou avião de luxo no Exterior. Nenhum deles enviou nosso dinheiro para ajudar outro país. Nenhum deles saiu de Brasília ao fim do mandato acompanhado por 11 caminhões lotados de toda espécie de móveis e objetos roubados. Nenhum deles exaltou a ignorância, nenhum deles falava errado. Nenhum deles apareceu embriagado em público. Nenhum deles urinou em público. Nenhum deles passou a apoiar notórios desonestos depois de tê-los chamado de ladrões”.
A resposta de Chagas :.
“Esse texto me persegue, escrito como nota de pé de coluna, há quatro anos. Nada tenho a retificar. É verdade que os cinco generais-presidentes, ditadores, morreram senão pobres ao menos como pessoas normais. Também é verdade que uns, mais do que outros, perpetraram horrores. Foi o que publiquei. A partir da publicação, militares identificados com a direita começaram a divulgá-lo. Eu nada tinha a opor. De uns dias para cá, no entanto, estão acrescentando um último parágrafo, que não escrevi, contendo críticas ao filho do Lula e outras considerações acrescentadas raivosamente. Vai minha repulsa integral a esses cretinos”.
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