Informa
Luiz Geraldo Mazza em sua coluna na Folha de Londrina que é a primeira vez desde 2007 que os professores
não obtiveram reajuste automático da inflação acumulada. Portanto , voltam ao
trabalho de mãos abanando após um longo período de paralisação. A última
proposta do governo , costurada pela bancada situacionista na Assembleia
Legislativa repõe 3,45% da inflação de maio a dezembro de 2014, 8,5% em
janeiro como complementação de reposição
relativa a 2015 e só em 2017 é que os servidores do Executivo, professores à
frente, teriam ganho real de mísero 1%.
Mas
fazer o que? Depois de mais de um mês de greve (ao longo do ano o Estado soma
73 dias de escolas fechadas), era visível o desgaste do magistério. O
governador foi , a rigor, quem amargou a maior derrota política. Mas pelo jeito
ele não está nem aí, porque nada disso afetou a sua boas vida e nem a vida das
famílias mais abastadas que tem seus filhos nas escolas particulares.
Do
ponto de vista econômico , os professores e servidores das escolas estaduais perderam
e continuarão perdendo, mas a educação como um todo sofre um prejuízo ainda não
mensurado, mas certamente enorme e de difícil reparação.
E
o que dizer das universidade, onde há uma consciência crítica muito maior e por
isso mesmo os professores resistem à proposta que a ALEP aprovará? Além de
considerarem a proposta indecorosa, já que ela impõe perdas salariais
irrecuperáveis no curto e no médio prazo , esses profissionais, boa parte de
mestres e doutores, não engolem a transferência de R$ 8 bilhões de um fundo da
ParanáPrevidência para os cofres do
governo. Por ser dinheiro da contribuição previdenciária dos servidores, a
maioria considera que está havendo (a
conta-gotas) uma apropriação indébita que compromete seriamente o futuro dos
aposentados.
A
greve na rede estadual de ensino acabou, mas a insatisfação continua grande,
pronta a gerar novos conflitos, caso o governador continue rejeitando as
sandálias da humildade.
Nos
demais setores da administração pública estadual, a indignação é ainda maior, principalmente
com a manipulação das informações oficiais a respeito do projeto de reajuste
salarial, que pelo que se vê, não reajusta coisa nenhuma.
O
governador Beto Richa deve estar se sentindo aliviado por achar que ganhou a
queda de braço com os professores, que é a categoria que ele mais deseja
enfraquecer neste momento, até pela capacidade de reação que a APP Sindicato já
demonstrou possuir. Espanta a sua indiferença com relação às universidades, tão
fundamental para o processo educacional quanto
o ensino básico. É uma indiferença burra, convenhamos, porque pretender matar
de inanição a academia, equivale a assassinar o próprio futuro do Estado.
Por
tudo isso ouso afirmar que não é inadequado classificar o governador do Paraná
como uma espécie de exterminador do futuro.
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