Não é de hoje que a corrupção graça no setor público,
principalmente em licitação de grandes obras. Mas jamais os corruptores sofreram qualquer investigação e muito menos
punição. Hoje, empreiteiras de porte internacional estão caindo em desgraça com
a prisão de seus diretores (e proprietários). Marcelo Odebrecht está atrás das
grades, mas será que suas falcatruas teriam sido denunciadas e ele encarcerado,
não houvesse participação efetiva da empresa dele na construção de obras
estruturantes na Venezuela de Hugo Chaves? Agora, por exemplo, cresce a
vigilância dos Estados Unidos sobre Lula e Marcelo, este por ter sido a ponte
que ligou a gigante da construção civil ao demonizado Chaves, que os norte-americanos
sempre quiseram ver pelas costas, por
razões bastante óbvias, diga-se de passagem. Afinal, Chaves colocou fim à farra
das multinacionais do petróleo e derivados e não permitiu que os ianques crescessem
os olhos pra cima do gigantesco lençol descoberto no Vale do Orinoco, onde há mais
petróleo do que na Arábia Saudita.
As relações Brasil de Lula e Venezuela de Chaves, geraram
inquietação na diplomacia americana, como revela agora, matéria do jornal O
Estado de São Paulo. O Estadão fala de bilhetes e e-mails
disparados pelo governo americano a embaixadores na América do Sul, alertando
para uma possível falta de licitação para obras contratadas com a Odebrecht ,
entre elas uma ponte sobre o Rio Orinoco e o metrô de Caracas.
Segundo o Estadão “ em 13 de novembro de 2007, outro
telegrama voltava a falar das relações entre a Odebrecht e a diplomacia
venezuelana. Desta vez, o alerta havia partido do então senador Heráclito
Fortes, ex-DEM e atualmente deputado pelo PSB do Piauí. No dia 5 de novembro,
ele telefonou para o embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, para
pedir para ter uma conversa "ao vivo" com o diplomata. "Ele
pediu um encontro urgente para levantar um assunto que ele não poderia falar
pelo telefone", explicou o telegrama.
O assunto era a relação entre
Venezuela, Irã, Rússia e o governo brasileiro. Fortes explicaria no encontro
com o embaixador que "a diplomacia oficial venezuelana é cada vez mais
comercial, com enormes contratos para empresas como a gigante brasileira
Odebrecht, que então faria lobby pela Venezuela".
Isso deixa claro o envolvimento do governo dos Estados
Unidos na campanha de demonização do governo petista de Lula , e por extensão o
de Dilma, bem como a satanização de Hugo Chavez, que morreu mas deixou o
fantasma do chavismo sobrevoando o céu de Caracas e dando rasantes em países
vizinhos, inclusive no Brasil.
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