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A corrupção nossa de cada dia na mira de cada um de nós



A corrupção, dizem, é inerente ao ser humano. Essa verdade parece um biombo , atrás do qual tentam se esconder corruptos e corruptores. Mas é inegável que há no Brasil uma cultura enraizada de deslizes éticos permissivos. O filósofo Mário Sérgio Cortella diz que não devemos nos assustar com a sucessão de escândalos que pipocam na mídia diuturnamente, porque não estamos no ápice da sujeira, mas no início da limpeza.
O processo de limpeza é mesmo dolorido, se equivale ao espremer de um abscesso, que não sara enquanto o carnegão não for colocado pra fora. Parece escatológico mas, acreditem, não é. A figura de linguagem pode até provocar náuseas, mas não creio que seja o caso de se recorrer ao engov. Talvez uma água com gás resolva o problema do mal estar.
A reviravolta que a roubalheira do dinheiro público anda provocando em estômagos mais resistentes, os chamados estômagos de avestruz, é um sinal positivo . Sem dúvida que é.
Os escândalos ocupam espaços nobres da mídia eletrônica e também da mídia impressa. Mas é lícito reconhecer que, no caso da Lava-Jato, por exemplo, o cheiro de pizza polui pouco ar de Curitiba, menos até do que o mensalão poluía o ar de Brasília.
No caso presente o cheiro de pizza foi substituído pelo da batata, que está sempre assando. Isso explica de certa forma a presença de figurões da política e do empresariado na cadeia.
É ou não é um sinal positivo? A despeito de um erro aqui, outro ali; de um espasmo de xenofobia aqui, outro acolá , o país aperta o furúnculo sem medo de pôr pra fora o carnegão. Enfim, a Constituição Cidadã, promulgada em 1988 parece mesmo à prova de ventos e tempestades, o que significa dizer (e digo com esperança) que a nossa democracia está consolidada.
Prova disso é o fato de que não é de hoje que os escândalos se sucedem e as instituições se mantém firmes. E firmes a tal ponto que o Supremo Tribunal Federal age como grande maestro e pega sempre pelo colarinho (branco) o músico que teima em fugir da partitura.
Pena que a operação Lava-Jato e o juiz Sérgio pouco têm se dado conta de que o roubo na Petrobras não é de agora e as investigações deveriam
retroceder no tempo. No mínimo a 1996, ano em que Paulo Francis denunciou um gigantesco esquema de corrupção na gestão Joel Renó. A denúncia não chegou a ser investigada, mas Francis pegou uma condenação por danos morais, que o levando à morte.
Mas a corrupção anterior a 2003 não conta, porque este foi um pecado cometido por pecadores. O que rolou de sujeira no governo depois desse período é diferente, o partido que chegou ao poder em 2003 deve ser execrado, pela simples razão de ter sido implacável enquanto estilingue e claro, ter cometido o pecado do pregador.
É fácil entender, portanto, porque o PT foi transformado em Geny, a que dá pra qualquer um e é boa de cuspir.
Segue o baile e o ódio contra o PT só está que cresce, nas ruas e nas redes sociais. Chega ao paroxismo, com absurdos como aquele lamentável episódio ocorrido em Belo Horizonte durante o velório de José Eduardo Dutra. Na ocasião, um grupo de debilóides gritava aos quatro ventos que “petista bom é petista morto”.
Que país é este?” perguntava o líder da Arena durante o regime militar, Francelino Pereira. “Que país é este”, cantava Renato Russo no auge do sucesso do Legião Urbana e,"que país é este?", estão a indagar milhares de brasileiros, preocupados com os rumos do nosso Brasil.

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