.
O
auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, principal delator na Operação Publicano,
pediu medidas especiais para garantir a segurança dele, em decorrência da
abertura de investigações contra o governador Beto Richa (PSDB), autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No pedido, alegando “razões de
extrema cautela” e justificando temer “pela integridade física” de Souza, o
advogado Eduardo Duarte Ferreira, que defende o delator, pediu que o juiz da 3ª
Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, determine “isolamento absoluto,
monitoramento diuturno por câmeras de segurança, da movimentação de pessoas que
cercam o cubículo que mantém a restrição de liberdade [de Souza]” e pede ainda
que ele só faça as refeições com alimentos fornecidos pela sua família.
Ferreira lembra no requerimento
que em interrogatório realizado na segunda-feira (7), Souza reafirmou a
denúncia de que dinheiro de propina obtido por auditores fiscais em troca de
facilitar a sonegação, teria alimentado a campanha de Beto Richa à reeleição. A
afirmação tinha sido feita nos depoimentos ao Gaeco – e por isso subiu até a
Procuradoria Geral da República, que pediu a abertura das investigações – e foi
reafirmada em juízo, durante o interrogatório.Segundo o delator, foram R$ 4,4
milhões para a campanha do tucano.
Nesse mesmo interrogatório, Souza
relatou ameaças à sua integridade física, feitas dentro da PEL 1, onde ele está
preso. “Os fatos articulados pelo Requerente [Souza], por si só, demonstram a
necessidade de medidas excepcionais visando a proteção de sua vida”, escreveu o
advogado. Ele argumentou que a autorização do STJ para que Beto Richa seja investigado
com base nas declarações feitas pelo delator – que deverá ser chamado novamente
a depor – justificam as medidas de segurança.
“Tais questões afloram
sentimentos de absoluto cuidado com a integridade física do Requerente, já,
outrora, ameaçada por interesses muito menores. Logicamente que aqui não se
imputa ao senhor Governador de Estado qualquer ação imprópria, porém, a cautela
do caso induz o reconhecimento claro de que interesses enormes estão em jogo,
sendo o Requerente pilar de sustentação das acusações a serem investigadas pelo
Superior Tribunal de Justiça”, conclui a defesa.
O juiz Juliano Nanuncio ainda não
respondeu o requerimento.
Comentários