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Foi há 52 anos, exatamente num 13 de março




Coincidência, mas foi no dia 13 de março de 1964 (há 52 anos) que o presidente João Goulart cavou sua sepultura ao proclamar as reformas de base. Em discurso para 200 mil pessoas na Central do Brasil, Jango atiçou a ira das forças retrógradas do país ao enfatizar: “Desgraçada democracia essa defendida por esses democratas que querem um povo emudecido e abafado nas suas reivindicações. “Essa democracia, trabalhadores é a democracia do anti-povo, da anti-reforma, do anti-sindicato, aquela que melhor atende os seus interesses e dos grupos que eles representam. Eles defendem a democracia dos privilégios, da intolerância, a democracia do ódio. A democracia que querem é para liquidar a Petrobras é a mesma democracia que levou o presidente Vargas ao extremo sacrifício”.
Em dado momento, enfatizou com muito entusiasmo as palavras que seriam determinantes para a sua queda: “Espero que dentro de menos de  60 dias já comecem a ser  divididos os latifúndios à beira das estradas, ao lado das ferrovias, ao lado dos açudes construídos com dinheiro do povo, ao lado das obras de saneamento realizadas com o sacrifício da nação. Feito isso, trabalhadores do campo, vocês  já poderão ver concretizadas, embora em parte, a sua mais justa reivindicação, aquela que garantirá  um pedaço de terra para vocês trabalharem, cultivarem e viverem dignamente do fruto do seu trabalho”.
Disse mais:  “Só conquistaremos a paz social através da justiça social. Perdem o seu tempo os que imaginam que o governo seria capaz de sufocar a voz do povo e abafar as suas reivindicações. Não me tiram o sono as manifestações de protesto dos gananciosos a favor da estrutura sócio- econômica injusta e superada”.
Jango encerrou a sua longa fala com as seguintes palavras: "Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação, pela justiça social e pelo progresso do Brasil".
Exatamente 18 dias após o pronunciamento do presidente no célebre comício da Central do Brasil, o governo dele caiu pela força da baioneta, com amplo apoio da sociedade dita organizada e de setores conservadores da Igreja Católica .O resultado foram cerca de três décadas de escuridão e de atraso. E pensar que ainda tem gente defendendo a volta da ditadura militar. Vá de retro!


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Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema