A grande pergunta do momento é: Dilma acertou em
levar Lula para dentro do seu governo, ainda mais para a Casa Civil? Como uma
pergunta puxa a outra , esta vem em seguida: Estaria Lula tentando salvar a
própria pele com o foro privilegiado que o tira do alcance do juiz Sérgio Moro?
Pode ser, pode não ser. Se for, será; se não for,
continuará não sendo. O quadro é tão confuso quanto essa assertiva desacertada.
Mas uma coisa é certa: a partir de agora quem vai dialogar com o Congresso é o
dono dos porcos. Os partidos aliados não conversam mais com a bancada do PT,
que não tem credibilidade e nem poder de decisão para prometer alguma coisa no
balcão de negócios em que se transformaram os espaços reservados ao cochicho na
Câmara e no Senado.
Agora é diferente: o que Lula prometer em nome do
governo, o governo cumprirá, o que de certa forma acalma um pouco os ânimos dos
partidos da base, todos fisiológicos. Mas ao mesmo tempo, a presença de Lula na
articulação política do Planalto irrita ainda mais a oposição, que agora sim,
vai querer ver o oco da presidente e um grilo cantando dentro.
A situação é
complicada, quase surreal. Tanto pode dar um novo fôlego à presidente Dilma,
que luta desesperadamente contra o impeachment , como pode acelerar a esteira que a conduzirá
ao cadafalso, com Lula e todo o PT indo a reboque.
Eu particularmente torço para que dê certo, apesar de achar
que Lula virar ministro foi um tiro no pé, posto que reforça a suspeita de que
ele aceitou o encargo para tentar salvar o governo Dilma e ao mesmo tempo fugir
da caneta do temível Sérgio Moro.
O tempo dirá se o passo dado foi na direção do precipício
ou da sobrevida.
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