Depois de ser confrontada
por senadores citados em várias delações e envolvidos em escândalos diversos,
caso de Zezé Perrela, o do helicóptero apreendido com meia tonelada de pasta
base e também Flexa Ribeiro, que chegou a ficar preso por conta da Operação
Pororoca, Dilma se manteve serena e respondeu com argumentos técnicos todas as
provocações que lhe foram feitas ontem no plenário do Senado.
Que não se diga que faltou
a ela coragem para enfrentar o cadafalso, olhando nos olhos dos seus algozes.
Que não se diga que faltou a ela argumentos consistentes para provar não ter
cometido o alegado crime de responsabilidade fiscal. Os argumentos da
presidente afastada foram consistentes e convincentes. Todos os senadores se convenceram
com certeza da inocência dela, mas a maioria vai votar pelo impeachment, porque
seus votos já estão definidos, uns por questões ideológicas e outros por
interesses particulares, seduzidos que devem ter sido pela oferta de cargos e
benesses à perder de vista de ora em diante.
Esta última fase do
processo do impeachment não foi um espetáculo circense como aquele que
verificamos na Câmara Federal, mas está se travestindo de um ópera bufa,
principalmente com o protagonismo da histriônica Janaína Paschoal e do caquético
Miguel Reale Júnior, que ao falar na sessão dessa terça-feira, parecia querer
babar seu ódio no microfone. Dilma não dissimulou, deu nome aos bois, ao boi
principal desse processo, o denunciado, quase cassado e quase condenado à
passar a caneca na grade, Eduardo Cunha.
Dilma será cassada, isso
é fora de dúvida. Mas que se acautelem os que defendem o impeachment ,
principalmente os trabalhadores, porque com Temer e sua “pinguela para o passado”, aí vem cortes dramáticos em programas sociais e verdadeiros estupros
à lei maior de proteção dos empregados formais, a CLT.
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