Em nota publicada em seu site, o Instituto Ethos,
que desde 1999 trabalha junto a empresas o conceito de responsabilidade social,
apoia a Operação Lava-Jato , mas faz
ressalvas. Uma dessas ressalvas é que não haja foco partidário e nem vazamentos
seletivos:
“Apoiamos
o avanço da operação no âmbito dos marcos constitucionais, sem foco partidário,
vazamentos seletivos ou qualquer tipo de influência de interesses alheios às
suas metas. Ela tem de ser ampla e irrestrita, devendo prosseguir enquanto
houver irregularidades a apurar, independentemente de quem atingir, esteja essa
pessoa no poder ou não. Hoje, somente 5% dos condenados na Operação Lava-Jato
são políticos. Sabemos que há foro privilegiado, mas é necessário obter, de
fato, progressos na celeridade e na efetivação dos processos que envolvem a
classe política.
As
companhias envolvidas em casos de corrupção devem ser responsabilizadas
apropriadamente, e não ser salvas pelo impacto econômico que suas condutas
causam. Apesar do atual contexto recessivo, enxergamos a Lava-Jato como uma
oportunidade única de melhorar as relações público-privadas no Brasil,
transformando a forma de se fazer negócios e fazendo com que a retomada do
crescimento se dê em bases muito mais íntegras e éticas.
A
questão da corrupção no Brasil é sistêmica e não há uma solução única que
resolva todos os problemas de uma só vez. Ainda que essencial, a punição,
sozinha, não é suficiente para coibir práticas ilícitas. Precisa-se também
aprimorar mecanismos de identificação e prevenção. Por isso, acreditamos no
estabelecimento de um Sistema de Integridade Nacional amplo, que se fundamente
nos princípios da transparência e do controle”.
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