O prefeito Roberto Pupin tentou aprovar esta semana projetos de verticalização das avenidas Teixeira Mendes e Cerro Azul, mas encontrou resistência no Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial. Um representante da UEM, que é arquiteto, pediu vistas no processo e deixou furibundos conselheiros ligados à administração municipal.
Alguém tem dúvidas que proposta de verticalização, ainda mais no apagar das luzes do mandato de um prefeito, tem o objetivo claro de favorecer a especulação imobiliária? Mexer assim no Código de Posturas do município requer, no mínimo, um debate com as pessoas diretamente interessadas, no caso os moradores dos bairros afetados.
Não é de hoje que a Associação dos Moradores da Zona 2 briga pela preservação das características originais do bairro, inclusive da Av. Cerro Azul, onde o máximo que se permite é a construção de prédio de 6 andares.
Só pra lembrar, o Projeto Ágora, que previa três torres e um grande jardim do Burle Marx no Novo Centro de Maringá foi totalmente descaracterizado, exatamente por Ricardo Barros quando ele foi prefeito (1989-1992). Em nome da especulação imobiliária transformou o Novo Centro (da Av. Paraná a Av. São Paulo) numa verdadeira favela high-tech.
Claro, ninguém é idiota o suficiente para desconsiderar a importância do adensamento, pois esta é uma característica marcante das cidades modernas. Mas subir prédios em áreas residenciais, onde sempre existiu habitações baixas, casas principalmente, requer muita discussão com a comunidade. Qualquer pascácio sabe que a verticalização produz impactos ambientais importantes. De forma que ela não pode ser analisada apenas sob a ótica da incorporação imobiliária, como é o caso.
Não conheço esse membro do Conselho que brecou o processo de verticalização da Cerro Azul e da Teixeira Mendes , pedindo vistas para que o mesmo seja submetido a discussões técnicas mais aprofundadas, mas devo cumprimentá-lo . Ele merece o meu profundo respeito.
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