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Livre pensar...


Os deputados federais agiram na calada da noite e, aproveitando o clima de comoção com a tragédia da Chapecoense, desossaram o projeto encaminhado pelo Ministério Público para apreciação do Congresso Nacional. Nem vem ao caso questionar se o PL necessitava de reparos ou não, embora eu entenda que precisava passar por um longo processo de discussão no Parlamento Brasileiro.

Mas vamos e venhamos: nenhum deputado, nenhum senador chegou lá com votos de marcianos. A nossa cultura é a cultura do levar vantagem. É injusto generalizar, nem no que diz respeito às pessoas comuns e nem a seus representantes. O que o país tem que fazer é se olhar no espelho, fazer uma reflexão profunda sobre a escala de valor predominante no nosso meio. Qual a diferença do parlamentar que recebe propina do cidadão que tenta subornar o guarda? Do sujeito (ou a sujeita) que fura uma fila, que fura o sinal vermelho? O que difere o gestor público corrupto do sindico ou do presidente de associação de bairro desonesto?

Enfim, o país precisa mesmo se olhar no espelho, passar-se a limpo, se depuar. Se não for assim, não adianta a gente ficar aqui esculhambando fulano e sicrano. Combater a corrupção temos que combater sempre, incessantemente, mas o que precisamos combater fundamentalmente é a cultura da corrupção, começando também por analisar melhor os candidatos que elegemos para todas as instâncias de poder. A crítica pela crítica, o esculacho pelo esculacho, a manifestação rasa de ódio contra A ou B, o ato de enrolar o rabo e sentar em cima, não vão nunca levar o país a lugar nenhum.
A ação firme da justiça, punindo quem rouba o dinheiro público com a dureza da lei, é indispensável. Mas a atuação de juízes e promotores, o comportamento da mídia e da população como um todo diante dos mal feitos, não pode se enveredar pelo campo do ódio, da vendeta, Não pode haver seletividade nas punições e nem nos protestos. Se todos são iguais perante a lei, então que sejam todos mesmo. E ainda que um erro não justifique o outro, é criminoso o esquecimento em que são jogados escândalos de ontem, como se fosse possível uma sociedade avançar no campo da moralidade e da ética, simplesmente passando uma borracha no seu passado recente.

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