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Temer comemora o caos que ele aprofunda


“O Brasil começou o ano de 2017 com o pé direito. A inflação de 2016 caiu de cerca de 10% para 6,29%”, comemora o presidente Michel Temer em artigo que distribuiu para vários jornais do país, inclusive o O Diário de Maringá, que o publica hoje na página 2. Cabe a pergunta clássica, feita pelo jornalista André Araújo e postado por Luis Nassif em seu blog: “Está comemorando o que?”. Ora, ora, questiona Araújo: “A inflação ficou dentro da meta por causa de uma gigantesca recessão e qual é a vantagem disso?  Para os que têm renda certa e segura, como funcionários concursados, rentistas que vivem de aplicação financeira, é ótimo inflação zero mesmo com o País em ruína econômica, são os beneficiários da economia improdutiva, aquela que nada produz e só consome e não precisa competir no mercado, o grupo chamado de "férias em Miami".

O presidente fala da liberação do FGTS das contas inativas, mas esqueceu de mencionar que os jornalões brasileiros já estão noticiando a intenção dele rever esta liberação, limitando o saque. Fala em reformas estruturantes “que estão dando novo dinamismo ao país, como a reforma da previdência”. De que país será que ele está falando? Especialistas, e não são poucos, tem dito insistentemente que a reforma é um crime de lesa pátria, na medida em que inviabiliza a aposentadoria da maioria dos trabalhadores, que dificilmente conseguirá chegar vivo até a idade mínima, que pode passar dos 70 anos dependendo do tempo de contribuição.

Celebra Temer do marco legal do Pré-Sal, quando os brasileiros bem informados e sensatos estão, ao contrário, apreensivo com a entrega do petróleo brasileiro de mão beijada a grandes petrolíferas internacionais e, como consequência, o desmantelamento da já saqueada (desde 1996) Petrobras.
O Banco Central vem baixando os juros de maneira até significativa? Isso é verdade, mas também é verdade que tudo ainda é insuficiente para estimular a atividade produtiva, parada por conta de uma recessão brutal, que está só que aprofunda o desemprego e agrava os problemas sociais e de segurança no país.

Comemorar o que, então, presidente TEMERário? A suas pretendidas reformas da previdência e trabalhista não são animadoras. Como se animar com retirada de direitos? Como ter esperança com a potencialização de mentiras deslavadas, como os institucionais veiculados na televisão, que tenta convencer o brasileiro de que a Previdência está quebrada, como se sabe que não está, está sim é sendo quebrada deliberadamente com a tungagem de bilhões de reais da seguridade social com base no mecanismo Mandrake chamado DRU?


No fundo, no fundo, eu gostaria de lei esse artigo publicado no O Diário dessa quinta-feira com olhos de otimismo e de confiabilidade. Mas não dá. A realidade é bem outra. A coisa está feia, presidente, inclusive no que diz respeito à questão ética do seu governo, cujo núcleo duro , incluindo vossa excelência, é exaustivamente citado nas delações via Lava-Jato, mas que por obra, não do acaso, é abafada pelo barulho ensurdecedor das rebeliões e chacinas ocorridas no sistema prisional.

Comentários

Anônimo disse…
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Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema