A maioria dos brasileiros, analisando os conflitos na Venezuela a partir
do que vê nos telejornais da noite , sataniza Maduro e coloca chifres de
cramulhão na cabeça da alma penada de
Hugo Chaves. Pra todos efeitos, é o presidente venezuelano que atiça suas
forças policiais sobre a população, agravando o estado de miserabilidade do
povo e arruinando as instituições.
É isso que está posto, é isso que oxigena o
discurso único que, no fundo, no fundo, tem o objetivo também de desmoralizar a
esquerda, aqui, lá e acolá. Mas é preciso compreender os fatos a partir de
análises menos passionais e pouco além do senso comum.
Neste sentido, chamo a atenção dos amigos
leitores para um artigo do professor Igor Fauser, doutor em ciência política pela
USP e professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC . Diz ele, logo de saída:
“O conflito na
Venezuela ingressou num período decisivo, com todo um conjunto de sinais de que
a oposição direitista optou por uma tática de “tudo ou nada” na tentativa de
inviabilizar a eleição da Assembleia Constituinte, marcada para o dia 30 de
julho. O objetivo da ofensiva política em curso é derrubar, por qualquer meio,
o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro”.
As agências internacionais de notícias, que
cobriram a invasão da Assembleia Nacional esta semana, mostram apenas um lado,
em que os atacados são as vítimas e os que atacaram, bandidos, chegando ao
nível do terrorismo.
O professor aponta que a mídia ignorou totalmente a
ação mais chocante dessa semana na Venezuela. Foi, segundo ele, a destruição de
um depósito da rede estatal de abastecimento Mercal, com queima de 50 toneladas
de alimentos que seriam distribuídos em comunidades pobres do estado de
Anzoátegui.
“A suprema ironia foi uma pichação pintada numa parede pelos fascistas: “No más hambre” ("Chega de fome"). Ou seja: a oposição, na busca desesperada de promover o caos, já não disfarça sua estratégia de guerra econômica. Age abertamente para agravar os problemas da escassez e da alta dos preços, com a clara intenção de culpar o governo pela crise e fragilizá-lo politicamente”.
“A suprema ironia foi uma pichação pintada numa parede pelos fascistas: “No más hambre” ("Chega de fome"). Ou seja: a oposição, na busca desesperada de promover o caos, já não disfarça sua estratégia de guerra econômica. Age abertamente para agravar os problemas da escassez e da alta dos preços, com a clara intenção de culpar o governo pela crise e fragilizá-lo politicamente”.
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/A-revolucao-venezuelana-na-sua-hora-decisiva/6/38356)
Comentários