Por Sandro Ari Andrade de Miranda ( advogado, mestre
em ciências sociais)
O
título do artigo é aparentemente forte, mas não é. É uma descrição própria e
clara do papel que está designado ao juiz da 13ª Vara Federal do Paraná nos
livros da história. Intelectual medíocre, sem nenhum trabalho de relevância que
possa ser aproveitado pelo direito, o nobre magistrado ocupa um papel comum a
muitos juristas de segundo escalão na história internacional: o de executor de
violações e direitos fundamentais contra cidadãos e cidadãs e contra figuras
políticas, estas sim, importantes.
Moro está longe de ser um super-herói. O seu
vínculo com a mídia é de curta duração e vai terminar quando este conseguir
sepultar, em definitivo, verdadeiros escândalos de corrupção como o das constas
CC5 (Banestado), esquema de lavagem de dinheiro que alimentou as campanhas do
PSDB, e o da Monsack Fonseca (do
Panamá Papers), lavanderia que gerenciava o esquema de lavagem de dinheiro que
tem entre os seus beneficiários dirigentes da FIFA e das Organizações Globo. Ou
seja, como um reles subalterno de um golpe de estado, o juiz do Paraná foi um
tarefeiro perfeito.
Na prática, viverá para a história como Roland
Freisler, o juiz nazista que mandou milhares de pessoas para campos de
concentração e para a câmara de gás durante o nazismo, enquanto a SS roubava
descaradamente o dinheiro das vítimas e mandava para contas na Suíça, ou Quatus
de Wet, juiz que presidiu o Tribunal de Rivônia e condenou toda a resistência
da CNA contra o apartheid, dentre eles
Nelson Mandela e Walter Sisulu. Em síntese, Moro
é um bandido histórico comum, como muitos dos operadores das páginas mais
tristes da história.
A prisão de Lula sem prova, e vou mais longe,
sem enquadramento penal válido, é apenas parte de um circo que visa esconder os
verdadeiros esquemas de corrupção que destroem o país, seus artífices e manter
o poder concentrado na mão da extrema direita golpista. Lula é inocente, assim
como Mandela, Sisulu, Gandhi, e todas as vítimas de Freisler. É preciso espancar a
constituição e os livros de direito para sustentar tamanha perseguição política.
As armas utilizada por Moro, a tortura (pois
prisão cautelar para forçar obtenção de provas é sim tortura) e acordos de
colaboração premiada são presentes para os corruptos. Se analisarmos todos os acordos de colaboração
premiada firmados pela 13ª Vara Federal do Paraná vamos notar que os mesmas
sempre beneficiaram os verdadeiros corruptos e seus operadores. A Lava
Jato não conseguiu recuperar 1/10 do valor desviado por pessoas como Paulo
Roberto da Costa, Pedro Barusco ou o homem das CC5, Alberto Yousseff. Hoje
todos vivem tranquilamente em condomínios de luxo e usufruem do benefício de
anos de saques no patrimônio público. O esquema de Yousseff ganhou peso com o
PSDB no poder e Paulo da Costa é cria da ditadura, e responsável por
administrar desvios desde aquela época. Hoje são todos ricos e gozam plenamente
desta riqueza em casa.
A tentativa de
prender Lula nunca teve por objetivo acabar com a corrupção, mas pelo
contrário, escondê-la. Aliás, se fizermos um
apanhado jurídico-normativo vamos notar que a lavanderia pela CC-5 foi extinta
em 2013, por ato da então Presidenta Dilma Rousseff (PT), acabando com um
esquema que beneficiava banqueiros e lavadores desde 1962. Se as
pessoas se derem ao trabalhar de estudar ao contrário de ler o noticiário, vão
entender porque Lula é perseguido e Dilma foi afastada. Com eles distantes, a
direita golpista e os corruptos ganham plena liberdade para manter os seus
esquemas em plena atividade, e ainda vendem a falsa preocupação com a ética.
https://sustentabilidadeedemocracia.wordpress.com/2018/04/08/sergio-moro-e-o-lixo-da-historia/
Comentários