Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2018

O provável novo cenário

O BRASIL DA ERA BOLSONARO E OS PROVÁVEIS PROTAGONISTAS DA NOVA CENA POLÍTICO-PARTIDÁRIA Passadas as eleições, que tiveram dois extremos no segundo turno, é hora das conjecturas sobre o novo quadro político-partidário brasileiro, que terá um presidente até pouco tempo atrás improvável e um parlamento com renovação surpreendente, de caras e não necessariamente de idéias. Uma coisa já parece muito clara: o Lulopetismo saiu fragorosamente derrotado das urnas, mas não significa que está morto. Teve redução da sua bancada na Câmara mas mesmo assim continuará sendo o partido com o maior número de parlamentares, seguido pelo até então inexpressivo PSL , inflado pelo fenômeno Bolsonaro. É claro também o fato de que o PT , que já tinha perdido muita massa muscular nas eleições municipais de 2016, tentará manter a hegemonia da oposição. Só tentará, porque a cláusula de barreira levará muitos pequenos partidos, inclusive de esquerda, a buscarem sua sobrevivência nas fusões com agremiações

Simples assim

O clima de euforia não comporta qualquer observação crítica ao discurso do vencedor. Tudo pode parecer choro de derrotado. Mas há um dado que é revelador do grande empenho feito pela elite empresarial neste segundo turno a favor da candidatura consagrada ontem nas urnas. Ouvi um economista comentar agora de manhã na CBN que está embutido no orçamento da União para 2019 uma renúncia fiscal de cerca de R$ 350 bilhões. É mais que o dobro do déficit público atual,  que servirá como pretexto para o novo presidente acelerar, ainda este ano, o processo de reforma da previdência, que deve brindar o trabalhador brasileiro com a aposentadoria pé na cova. Há também a sedutora proposta de aprofundar a perversidade da reforma trabalhista com a criação das carteiras de trabalho azul e a verde e amarela . A primeira preserva alguns direitos e a segunda, suprime todos os direitos. Vai na linha daquilo que o candidato falou várias vezes na campanha: "O trabalhador terá que optar entre ter t

"Não adianta pedir desculpas daqui a 50 anos"

O texto da ex-editora executiva da Folha de São Paulo, publicado hoje pelo jornal é uma demonstração de coragem e compromisso com a verdade histórica. Copio e colo aqui, porque trata-se de uma tentativa, ainda que isolada, de resgate da dignidade do jornalismo brasileiro que, por medo ou comprometimento com a causa fascista, está descendo a ladeira, a caminho do alagadiço. Vale a pena ler: Ninguém poderá dizer que não sabia. É ditadura, é tortura, é eliminação física de qualquer oposição, é entrega do país, é domínio estrangeiro, é reino do grande capital, é esmagamento do povo. É censura, é fim de direitos, é licença para sair matando. As palavras são ditas de forma crua, sem tergiversação –com brutalidade, com boçalidade, com uma agressividade do tempo das cavernas. Não há um mísero traço de civilidade. É tacape, é esgoto, é fuzil. Para o candidato-nojo, é preciso extinguir qualquer legado do iluminismo, da Revolução Francesa, da abolição da escravatura,

Tempos apavorantes,de exacerbação dos sentimentos homofóbicos

  O texto é do blogueiro  Luis Modesto, de Maringá: " Aos que amo, evitem andar só! Espero que tudo esteja bem contigo ao ler estas linhas. Escrevo para compartilhar um aperto que tem convivido de forma conflitante com a esperança em meu peito. A cada dia recebo nova e mais impactante notícia sobre a violência que temos sofrido nas ruas e nas famílias. Xingamentos, ameaças, demissões, espancamentos e assassinatos. Todos os dias nos chegam relatos. Sei que teu corpo em transformação te torna alvo. Tua cor, cabelo e roupas te tornam alvo. Teu desejo de uma sociedade mais justa e socialista, teu feminismo, tua defesa do desenvolvimento e da soberania nacional atraem ódio. Discordar pode ser sentença. Nossos dias contemplam as tragédias passadas e veem a roda da história repeti-las sob a mais absurda farsa, dando triste concretude à máxima do autor do 18 Brumário de Luís Bonaparte. Sei que vocês tem sentido insegurança e desconforto em alguns locais públicos e as vezes e

Democraticídio

                                         . Tereza Cruvinel (Jornal do Brasil) As advertências sobre o risco Bolsonaro para a democracia não são choro antecipado de perdedor, artifício de petistas desesperados para virar o jogo. O democraticídio virá, não apenas porque condiz com a natureza autoritária do deputado-capitão, mas porque, se eleito, não será capaz de dar outra resposta aos impasses que enfrentará. Os avisos vêm até dos que ajudaram a semear o antipetismo, um dos mais fortes nutrientes da candidatura favorita. Outros, que poderiam falar mais alto, justificam a omissão com a bazófia de que, ainda que ele tente, nossas instituições terão força para evitar qualquer ruptura. Em 1964 também tínhamos instituições que pareciam funcionar, mas elas não apenas cederam ao primeiro movimento de tanques. Elas ajudaram a executar a parte civil do golpe. Bolsonaro e seu entorno, a começar do vice troglodita, nunca esconderam o pendor autoritário e a saudade da ditadura,

Olavo faz incitação à violência; convoco meus concidadãos a repudiá-lo

De Caetano Veloso, na Folha, sobre as postagens do “guru”de Bolsonaro, o charlatão Olavo de Carvalho, que acenam até com a eliminação física da esquerda no caso de uma eventual chegada de Jair Bolsonaro ao poder.  Olavo de Carvalho sugere em texto que, caso Bolsonaro se eleja, imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos. Ele diz que os que consideram Bolsonaro uma ameaça à democracia não estão lutando para vencer uma eleição e sim “pela sobrevivência política, social e até física”. Isso é anúncio de autoritarismo matador. Escritor e filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, representante do conservadorismo. Bolsonaro já disse que a ditadura matou pouco, já apareceu usando tripé de câmera como fuzil a metralhar petistas, já louvou o torturador e assassino coronel Brilhante Ustra. Quando atacado a faca por um maníaco, todos os outros concorrentes à presidência condenaram veementem

O PT deu e continua dando sopa pro azar

Ao dizer, ainda que em tom de blague, que não invadiria a casa de Bolsonaro porque ela é improdutiva, dando a deixa para que sua claque gritasse “Bolsonaro preste atenção, sua casa vai virar ocupação” , Guilherme Boulos torna-se um importante cabo eleitoral do candidato da bala. Somando fatos como este à falta de um discurso mais afirmativo do candidato Fernando Haddad, eis que se consolida o cenário eleitoral que a direita mais alm ejava. Assim , Bolsonaro vai avançando na desarvorada trincheira inimiga, por onde passeia como Pelé e Garrincha passeavam pelas defesas gringas na Copa de 1958. Impressiona a forma como Bolsonaro vem transformando mentiras em verdades, sem que o candidato do PT consiga se contrapor a elas. No máximo queixa- se das fak news, mas sem conseguir desarmar as minas que o adversário vai colocando meticulosamente em seu caminho. Haddad insiste na sua narrativa acadêmica e civilizada, quando civilidade é tudo o que parece não atrair a atenção de um eleitorad

Sinal de alerta

À medida que o segundo turno caminha e Bolsonaro cresce nas pesquisas, mais a sua tropa de choque se assanha e se mostra violenta, quer nas ruas, quer nas redes sociais, quer nos pitacos que dá nos blogs. Confesso que está ficando meio assustador. Se Bolsonaro perde, o que é uma hipótese remotíssima, certamente a fúria será grande, porque não aceitarão a derrota. Se ganha, que é a hipótese mais provável, manifestarão violência talvez ainda maior, impulsionada pelo discurso do candidato, que é de sedimentação de uma cultura de ódio,  sem  precedente na nossa história republicana. Liberei agora de manhã vários comentários a postagens que fiz no meu blog do odiario.com  A maioria não deveria ser liberada, mas fiz isso para mostrar a que ponto está chegando a intolerância. Assim, externo  publicamente a minha preocupação com esse clima de vendeta, que só Deus sabe no que vai dar.

Para derrotar o PT era preciso ir tão longe?

                    .  por  Ruth Bolognese (Blog Contraponto) Primeiro a gente derrota o PT e depois vamos pensar no que fazer”, dizia a bela senhora da elite curitibana ao justificar o voto em Jair Bolsonaro na fila da votação. Resumia, com vivacidade e segurança, o pensamento do eleitor brasileiro esclarecido, aquele que conhece a insensatez do fenômeno em que se transformou o capitão reformado do Exército nestas eleições, mas, mesmo assim, viu nele a única saída. O único problema da elegante senhora curitibana é que voto cai na urna e não é retornável. Derrotar o PT era uma questão de honra? Ok. A onda conservadora poderia ser plenamente compreendida se elegesse um Geraldo Alckmin, ou mesmo o Henrique Meirelles, com sua dicção de executivo do banco de Boston. Estaria dentro do  script  da nossa história de altos e baixos em busca da democracia mais plena ou menos plena. Ou, vá lá, depois do social, vamos optar por esse tal de neo-liberalismo e pronto. O que ocorreu no país

Críticas ao 13o.empolga empresários que vão com tudo para a campanha do Bolsonaro

O TRABALHADOR ESTÁ PRESTES A CAIR NO CONTO DA FADA-MADRINHA Depois que o vice de Bolsonaro detonou o 13o. e o abono de férias, setores significativos do empresariado fecharam com o candidato e começaram a fazer campanha abertamente em suas empresas, inclusive pressionando seus empregados, como ocorreu com a Havan e o Condor. Isso está ocorrendo no Brasil inteiro, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os empregados, pelo que mostram as pesquisas, vão seguir os "conse lhos" dos seus senhores, que ficaram empolgados também com a proposta de criar dois tipos de carteira de trabalho - a azul e a verde e amarela. Quem for contratado pela azul, terá direitos trabalhistas básicos, quem for contratado com a verde e amarela não terá direito nenhum. Adivinhe que tipo de carteira terá preferência no mercado formal de trabalho? O trabalhador brasileiro, que já se ferrou de verde e amarelo com a reforma trabalhista do presidente TEMERário, terá menos segurança jurídica ai

Deixem Deus fora disso

Seja o que Deus quiser? Não, não podemos invocar o nome de Deus para nos conformar com essa sujeirada toda. Depois de apoiar ostensivamente a campanha "tudo, menos o PT", a Globo chega ao final da campanha vendo o provável eleito de braços dados com sua maior concorrente, a Rede Record do bispo Macedo. E vislumbrando um acordo mais ali na frente, para minimizar o impacto da divisão das verbas publicitárias que sempre concentrou, a Globo minimizou a ausência de Bolsonaro no  debate de quinta-feira. O mediador Willian Bonner limitou-se a informar, candidamente, que Bolsonaro não compareceu por ordem médica, sem questionar o circo armado em torno dessa ordem para poupar o mesmo do confronto , tete-a-tete , com seus concorrentes. Enquanto os demais candidatos debatiam, discutiam propostas ou simplesmente colocavam suas ideias e confrontavam suas biografias, Bolsonaro ganhava 27 minutos de propaganda na Rede Record, ferindo de morte a legislação eleitoral que naquele mome

Empresário comete crime contra a democracia

EM NOME DE UMA FALSA MORAL CRISTÃ E DO TERRENO FÉRTIL PARA A PROPAGAÇÃO DO NAZIFASCISMO "Voto no Bolsonaro porque ele diz o que pensa; protege os princípios da família, da moral e dos bons costumes; luta contra o aborto e contra a sexualização infantil; é a favor da redução da maioridade penal e segue os valores cristãos”. Foi o que disse Pedro Zonta, dono da Rede de Supermercados Condor ao se justificar perante a Promotoria Pública quando foi intimado para justificar o envi o de carta aos seus 12 mil empregados, pressionando-os para votar em Bolsonaro. Não só ele, grandes empresários da região Sul do país fizeram e estão fazendo isso. Outra grande rede de supermercados do Paraná, que ainda não teria sido intimada pelo MP faz o mesmo. E em Cianorte, donos de shoppings atacadistas de confecções, teriam prometido feriado e churrascada para os empregados caso Bolsonaro vença a eleição. É um verdadeiro massacre contra a os primados da democracia. É sobretudo uma violação dos

O esperado debate da Globo,sem a presença do fujão

Acabou perto da uma da manhã dessa sexta-feria, 5, o último debate do primeiro turno entre os candidatos a presidente. Teria sido melhor se nele estivesse o líder das pesquisas, que amarelou, respaldado numa recomendação médica que não convenceu ninguém, a não ser a seus fiéis (e cegos) seguidores. Mas de um modo geral, o debate foi bom, com alguns destaques e outros pontos altamente negativos. Na minha modesta maneira de ver, o grande destaque ficou com Guilherme Bo ullos, tão corajoso quanto articulado. Ciro também foi bem, porque normalmente vai tal é a sua capacidade intelectual. Há que se reconhecer a firmeza de Fernando Haddad , que agredido e desrespeitado pelo pífio Álvaro Dias, o colocou no seu devido lugar logo no início da contenda. Marina até surpreendeu pela firmeza e conhecimento dos temas abordados. Meireles sempre com o mesmo discurso do chama o Meireles e da apropriação de programas de geração de emprego que ele toma pra si como houvesse sido

O confronto das rejeições

Bolsonaro tem uma rejeição recorde na história de candidatos a presidente eleitoralmente viáveis; o PT vê subir, meio assustado, a rejeição à sigla e ao seu principal líder. O resultado disso é a polarização de dois extremos, que coloca o Brasil diante do risco de termos uma eleição decidida entre os de maior rejeição e não necessariamente entre quem tem capacidade maior de seduzir o eleitor por suas proposta s. É uma contradição que não nos permite prever para que lado o Brasil será conduzido a partir de 2019. Boas perspectivas é tudo o que não temos no atual momento em que assistimos a população se encantar pelo discurso fascista de um ex-capitão do Exército, cujo despreparo é evidente. Estamos na reta final do primeiro turno e a pesquisa Ibope não dá indicativo de que possa surgir uma surpresa daqui até domingo. Por mais que Ciro Gomes apareça nas simulações de segundo turno como o único candidato que vence tanto Bolsonaro quanto Haddad, ele se mostra estacionado , com chance

Lula põe o Brasil para dançar à beira do abismo

Matéria da Folha de São Paulo diz que "da cadeia, Lula isolou Ciro Gomes" Não só isolou Ciro como abriu caminho para a possibilidade da eleição de Bolsonaro. Não fosse isso, o quadro hoje estaria diferente, bem mais favorável à democracia e a um futuro governo (fosse Ciro ou Haddad) realmente comprometido com o estado de bem estar social. A fritura começou lá atrás, quando já preso, Lula detonou o projeto de união do campo progressista com uma chapa Ciro/Haddad. Depois, sacrificou a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, para tirar o PSB de Ciro. Alguns governadores de esquerda, e do próprio PT, defendiam a união, mas prevaleceu a palavra do líder petista, que se tivesse calçado a sandália da humildade, estaríamos, com Ciro e Haddad juntos, prestes a liquidar a fatura no primeiro turno. Haddad cresceu em decorrência da transferência de votos e deve ir para o segundo turno com Bolsonaro, que encarna o que há de mais atrasado na política brasileira. A