O clima de euforia não comporta qualquer observação crítica ao discurso do vencedor. Tudo pode parecer choro de derrotado. Mas há um dado que é revelador do grande empenho feito pela elite empresarial neste segundo turno a favor da candidatura consagrada ontem nas urnas.
Ouvi um economista comentar agora de manhã na CBN que está embutido no orçamento da União para 2019 uma renúncia fiscal de cerca de R$ 350 bilhões. É mais que o dobro do déficit público atual, que servirá como pretexto para o novo presidente acelerar, ainda este ano, o processo de reforma da previdência, que deve brindar o trabalhador brasileiro com a aposentadoria pé na cova.
Há também a sedutora proposta de aprofundar a perversidade da reforma trabalhista com a criação das carteiras de trabalho azul e a verde e amarela . A primeira preserva alguns direitos e a segunda, suprime todos os direitos. Vai na linha daquilo que o candidato falou várias vezes na campanha: "O trabalhador terá que optar entre ter todos os direitos e ficar sem emprego ou ter o emprego e abrir mãos dos direitos".
Não pensem que o apoio maciço do grande empresariado ao candidato vencedor se deu apenas devido à cor dos seus olhos.
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