CADÊ A CONSTITUIÇÃO DE CAPISTRANO DE ABREU?
O desastre de Mariana era previsível; o de Brumadinho, perfeitamente possível; o do Ninho do Urubu, evitável. Definitivamente, o Brasil é o país das tragédias anunciadas. Dos rompimentos de barragens aos incêndios que o desleixo torna criminosos, chegaremos a outros genocídios não menos graves e igualmente evitáveis. Não cabe na qualificação fatalidade, mortes de pessoas inocentes e de bem, como as dos casos citados e nem as das execuções por milícias, muito menos as que ocorrem nos conflitos no campo e nos assaltos que a crônica policial registra todos os dias nos centros urbanos.
Tudo é uma questão de civilidade e de absoluta falta de preparo e vergonha na cara de gestores públicos, que chegam aos mais altos cargos pelo voto popular e, em estando lá no topo (a escala de poder não vem ao caso), pouco se lixa para os que estão aqui embaixo, na planície.
Não é o caso de fulanizar responsabilidades e culpas, mas de manifestar angustia e preocupação com a cultura do desleixo e da falta de compromisso público dos políticos, que parece institucionalizada. Se o momento requer uma reflexão na base do antes tarde do que nunca, é hora da sociedade se mobilizar e cobrar respeito de quem elege para representá-la, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. Que se aplique aqui e agora, a Constituição de Capistrano de Abreu, aquela de dois artigos:
"Artigo 1º - Todo brasileiro deve ter vergonha na cara”.
"Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário."
"Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário."
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