PRENDER O BRASIL PRENDE MUITO. MAS QUANTO MAIS PRENDE MAIS A VIOLÊNCIA CRESCE
Sentenciados são mortos por seus próprios companheiros de cela; agentes penitenciários, policiais e familiares são mortos ou transformados em reféns nos presídios; fugas espetaculares, criminosos aos montes ganhando as ruas e colocando em risco a sociedade. Esta é a realidade do sistema prisional brasileiro, que abriga, praticamente como animais, quase um milhão de presos, capturados (ou recapturados) nas periferias das grandes cidades e a maioria envolvida com o tráfico de drogas.
Não é nenhuma novidade dizer que o Brasil é um dos países do mundo que mais prende. E que, quanto mais prisões são efetuadas, mais aumenta a violência nas ruas, mais à mercê da bandidagem fica a população. Não é preciso ser especialista na área para saber que só prender não é solução e que o endurecimento das penas não terá reflexo positivo na questão da violência, cujos índices são assustadores.
Qualquer estudante de Psicologia, Sociologia ou mesmo Antropologia percebe que mecanismos como aumentar a pena máxima e reduzir a maioridade penal, por exemplo, não terão qualquer impacto na redução da criminalidade. Prender, prender e prender, está provado que é jogar gasolina na fogueira. Um delinquente que é jogado numa cela apinhada de marginais perigosos vai, das duas uma: morrer lá dentro ou tornar-se tão perigoso quanto.
O projeto do ministro Sérgio Moro endurece a legislação penal, mas dizem especialistas que não levará o país a lugar nenhum, se não houver investimentos pesados no sistema carcerário, para que seja ressocializador e não multiplicador de bandidos. Se o Brasil entrar nessa, de que preso tem que ser mesmo amontoado nas celas frias para pagar pelos crimes que cometeu, como pretende o presidente Jair Bolsonaro, aí então é bom que rezemos, porque desse jeito, vamos assistir a situação que já está caótica, piorar cada vez mais.
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