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Governo afrouxa programas de monitoramento e combate a AIDS


O combate e prevenção à AIDs tem sido constante, sistemático e com alguma eficiência no Brasil. Numa época em que o contágio vem aumentando no mundo e tornando-se um verdadeiro flagelo em países da África, por exemplo, não dá pra dormir de toca, mesmo que haja no nosso país, políticas públicas eficazes de controle da doença, uma das mais terríveis e letais dos últimos tempos.
No governo FHC, reconheça-se, o então ministro da Saúde José Serra lançou o POA, um programa destinado a levar informação às pessoas, porque a informação é a melhor maneira que se tem de enfrentar o HIV.
Desde o POA, nenhum governo, nem mesmo o de Temer, ousou tirar o pé do acelerador, porque esta é uma doença que dizima as populações e tem efeito multiplicador em comunidades que, pela falta de informação, não toma as precauções devidas para frear a correia de transmissão do vírus.
É assustadora a notícia de que o governo Bolsonaro acaba de rebaixar o Departamento IST,Aids e Hepatites Virais, reduzindo-o a uma parte do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Na prática isso significa encolher os programas que vinham apresentando resultados satisfatórios e deixar vulnerável os diques de contenção construídos desde o governo Fernando Henrique, quando , reconheça-se, José Serra era ministro da saúde.
A mudança, que para nós leigos não significaria muita coisa, é muito grave segundo o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, “pois o setor perde em autonomia para a execução de políticas. E a retirada do termo AIDS do nome é uma forma de “tentar colocar no esquecimento algo grave, que é a epidemia do vírus, existente no Brasil e no mundo”.
Padilha, que é do ramo, alerta que o governo Bolsonaro está acabando com uma política tida até aqui como referência internacional em saúde pública, construída ao longo de duas décadas. “O trabalho de prevenção ao vírus ultrapassou vários governos e foi fortemente aprimorado por Lula e Dilma. Em 2013, por exemplo, o Brasil voltou à vanguarda mundial na resposta à AIDS ao adotar a estratégia de ampliar o acesso ao tratamento da forma mais rápida possível. Isso fez com que pudéssemos reduzir o número de mortes causadas pelo vírus”, relembra, ressaltando dados do Ministério da Saúde que mostram que a taxa de mortalidade pela infecção teve queda de 16,5% entre 2014 e 2017.
Com saúde não se brinca e o atual ministro da saúde Henrique Mandeta, parace estar querendo brincar. Ele quer, pelo jeito, tornar a AIDS invisível, como se fosse uma doença, senão superada, já sob controle. Governos passados tentaram fazer isso com várias endemias, que imaginavam extintas e estão voltando pra valer, algumas em forma de epidemias. E olha que a AIDS nunca deu demonstração sequer, de estar sob controle, quanto mais extinta.
Vai daí que não me ocorre outro termo para classificar Mandeta e seu chefe, senão IRRESPONSÁVEIS.

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