É uma pena, mas o PT continua sem entender o momento histórico e mantém
o radicalismo babaca dos nós contra eles. É importante o movimento do “Lula
livre”, mas o Partido dos Trabalhadores não pode fechar os olhos para a
realidade sombria do governo Bolsonaro e achar que a continuidade do clima de
Fla x Flu vai afastar do nosso país o perigo de uma ditadura disfarçada.
Não há como discordar da análise que faz hoje no site The Intercept
Brasil o jornalista e cientista social João Filho, sobre a negativa do PT de
participar do Fórum pela Democracia, que reuniu lideranças políticas de várias
agremiações partidárias, inclusive do centro e da centro-direita. De Flávio
Dino e Ciro Gomes a Kassab e Geraldo Alckmin, não importa as diferenças
ideológicas. A guerra aqui, meus caros, não é ideológica, é a luta da
civilização contra a barbárie. Lembram-se das Diretas Já? Que sucesso teria
tido aquela importante mobilização se dela tivesse participado apenas a
esquerda?
Pelo amor de Deus , o PT não pode continuar achando que detém o
monopólio da ética , da utopia por um país justo e solidário. Tudo em nome de
uma bandeira única que é a libertação do seu líder máximo? Isso vai acontecer
mais dia, menos dia, porque até os advogados de porta de cadeia sabem que a
sentença do triplex é frágil e precisa ser anulada pelo Supremo. Mas daí até
achar que o partido não deve participar de uma grande frente em favor do
Brasil, aí já é demais pra minha cabeça. Analisando por esse nível de
radicalismo, como ignorar que, embora em extremos diferentes, PT e bolsonarismo
estão se equivalendo?
Ressalte-se que o PT vem comendo o pão que o diabo amassou nas mãos da
extrema-direita liderada pelo Bolsonaro. Mas às vezes chega a passar a
impressão de estar irremediavelmente abatido mas, embora esbravejando, vive
injetando gás no cilindro do seu algoz.
Isso é patológico, e atende pelo nome de Síndrome de Estocolmo.
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