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A propósito da escandalosa (e criminosa) concentração de renda no Brasil



104 milhões sobrevivem com R$ 413 por mês
10,4 milhões de brasileiros vivem com  51 reais por mês
60,4 milhões de brasileiros vivem com 269 reais por mês

A imprensa brasileira não vive sob censura para tentar justificar sua omissão diante desse quadro aterrador. Ela até divulga os dados do IBGE, mas de uma forma que não leva a telespectadores, ouvintes e leitores,  nenhuma reflexão sobre o tema. Isso porque, pratica o que a jornalista e doutora em linguística da PUC/Minas , Eliara Santana chama de “silenciamento como política editorial”. Ou seja:  noticia de forma seca e às vezes distorcendo o contexto da estatística. É o que faz, por exemplo, o JN, principal telejornal do país há 50 anos.
Eliara observa que o Jornal Nacional não se omitiu diante da pesquisa do IBGE, mas o fez de forma distorcida , seguindo orientação de uma das famílias mais ricas do Brasil, a família Marinho, dona do Grupo Globo. O texto inicial lido por Willian de Bonner apresentou o problema de forma parcial, induzindo o telespectador a acreditar que a discrepância é decorrente de uma anomalia histórica, que não é responsabilidade de ninguém, muito menos dos super-ricos... fodam-se os super-pobres.
Em nível de censo comum, diria que neste caso específico, a Globo maquiou a notícia, fez com que  as informações entrassem por um ouvido do telespectador e saísse por outro.  Enfim, a quem cabe a culpa pela concentração de renda criminosa? “Não olhem pra mim porque não tenho nada a ver com isso”,  murmuram os três filhos de Roberto através da expressão cínica de Bonner, que dessa forma dá salvo-conduto aos que se enriquecem às custa da miséria alheia.


Comentários

Jorjão disse…
Desde 05 de outubro de 1988, portanto há 31 anos, há um artigo de número 153, cujo inciso VII, bem claro na Constituição Federal, que dispõe sobre a competência exclusiva da União para criar o IMPOSTO sobre GRANDES FORTUNAS.
De acordo com o livro da TOMO EDITORIAL, intitulado A SOCIEDADE JUSTA E SEUS INIMIGOS há um capítulo esclarecedor de que a arrecadação do tributo incidente sobre os donos da riqueza e endinheirados no Brasil alcançaria o equivalente à arrecadação da antiga CPMF, atualmente estimada em 85(oitenta e cinco) Bilhões de reais, por ano, com uma alíquota de 0,5% (meio por cento) incidente sobre os patrimônios, rendas e investimentos, deduzidos de empréstimos e dívidas, superiores a 4 (quatro) milhões de reais.
Vale dizer: há um tributo disponível, mas que nunca foi regulamentado, com condições de realizar receitas suficientes para suprir as necessidades do Erário em volume igual ao da antiga CPMF, com a vantagem de que a incidência do tributo dar-se-ia apenas sobre os MILIONÁRIOS.
Anônimo disse…
O grande problema, é o sistema politico, isto é, o capitalismo, que não gera riqueza, não distribui renda, apenas esmola, ou mudamos o sistema, ou desigualdade vai aumentar ainda mais.
Anônimo disse…
É a maior vergonha do país.
Zé disse…
Mas, o que esperar com essa equipe econômica? Fizeram uma reforma previdenciária em que transformaram a aposentadoria para pobre em utopia ao passo que mantiveram regalias para militares, juízes e políticos.; fizeram mudanças nas leis trabalhistas que, além de tirar direitos e não gerar empregos como diziam seus defensores, está jogando muitas pessoas nas informalidade; agora querem uma reforma tributária que, pretende tirar a contribuição das empresas com a previdência e jogá-la nos bolsos do povão por meio de uma nova CPMF; querem reduzir o imposto de renda das empresas, mas colocando fim as deduções com saúde e educação para as pessoas físicas. Ou seja, temos uma espécie de Robin Hood ao contrário, isto é, tira dos pobres e dá aos ricos.

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Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema