104 milhões sobrevivem com R$ 413 por mês
10,4 milhões de brasileiros vivem com 51 reais por mês
60,4 milhões de brasileiros vivem com 269 reais por mês
A imprensa brasileira não vive sob
censura para tentar justificar sua omissão diante desse quadro aterrador. Ela
até divulga os dados do IBGE, mas de uma forma que não leva a telespectadores,
ouvintes e leitores, nenhuma reflexão
sobre o tema. Isso porque, pratica o que a jornalista e doutora em linguística da
PUC/Minas , Eliara Santana chama de “silenciamento como política editorial”. Ou
seja: noticia de forma seca e às vezes
distorcendo o contexto da estatística. É o que faz, por exemplo, o JN,
principal telejornal do país há 50 anos.
Eliara observa que o Jornal Nacional
não se omitiu diante da pesquisa do IBGE, mas o fez de forma distorcida ,
seguindo orientação de uma das famílias mais ricas do Brasil, a família
Marinho, dona do Grupo Globo. O texto inicial lido por Willian de Bonner
apresentou o problema de forma parcial, induzindo o telespectador a acreditar
que a discrepância é decorrente de uma anomalia histórica, que não é
responsabilidade de ninguém, muito menos dos super-ricos... fodam-se os super-pobres.
Em nível de censo comum, diria que
neste caso específico, a Globo maquiou a notícia, fez com que as
informações entrassem por um ouvido do telespectador e saísse por outro. Enfim, a quem cabe a culpa pela concentração de
renda criminosa? “Não olhem pra mim porque não tenho nada a ver com isso”, murmuram os três filhos de Roberto através da expressão cínica de Bonner, que dessa forma dá salvo-conduto aos que se
enriquecem às custa da miséria alheia.
Comentários
De acordo com o livro da TOMO EDITORIAL, intitulado A SOCIEDADE JUSTA E SEUS INIMIGOS há um capítulo esclarecedor de que a arrecadação do tributo incidente sobre os donos da riqueza e endinheirados no Brasil alcançaria o equivalente à arrecadação da antiga CPMF, atualmente estimada em 85(oitenta e cinco) Bilhões de reais, por ano, com uma alíquota de 0,5% (meio por cento) incidente sobre os patrimônios, rendas e investimentos, deduzidos de empréstimos e dívidas, superiores a 4 (quatro) milhões de reais.
Vale dizer: há um tributo disponível, mas que nunca foi regulamentado, com condições de realizar receitas suficientes para suprir as necessidades do Erário em volume igual ao da antiga CPMF, com a vantagem de que a incidência do tributo dar-se-ia apenas sobre os MILIONÁRIOS.