É atribuída ao jornalista, professor
e advogado San Tiago Dantas, falecido em 1964 , a critica mais mordaz , porém
consistente, que já se fez à elite brasileira (composta por grupos sociais que
se julgam superiores, pois que detentores do capital). “A India tem uma grande
elite e um povo de merda; o Brasil tem um grande povo e uma elite de merda”,
cunhou Dantas.
Elio Gaspari resgata em artigo
publicado na Folha de São Paulo uma fala na mesma linha, que Tancredo Neves
escreveu mas não leu, porque foi para o Hospital de Base antes da posse que não
tomou. “Temos construído esta nação com êxitos e dificuldades, mas não há
dúvida, para quem saiba examinar a História com isenção, de que o nosso
progresso político deveu-se mais à força reivindicadora dos homens do povo do
que à consciência das elites”.
Essa pandemia está mostrando que tanto San Tiago quanto Tancredo estavam
cobertos de razão. Com raríssimas exceções, os barões da medicina privada, da
indústria, do comércio e do mercado financeiro, por exemplo, estão neste
momento com suas cabeças enterradas na areia, esperando a tempestade passar.
Enquanto isso, aplaudem medidas absurdas do governo Bolsonaro, que ajudaram a
eleger, ferrando justamente aqueles que construíram o progresso econômico e
social do país – os trabalhadores.
Em tempo: aí se deve incluir também
os barões da mídia, sobretudo a mídia eletrônica, que criticam timidamente a
pusilanimidade do presidente, mas apoiam sua política econômica socialmente
desastrosa.
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