Os políticos não prestam, diz a
esmagadora maioria dos brasileiros, que odeia a política, mas adoraria estar
nela para curtir os prazeres da sinecura.
O problema, então, não são os políticos, aqueles que entram e não querem
mais sair, porque o poder e o dinheiro fácil é uma eterna tentação.
Mas alto lá, a generalização é uma
coisa muito perigosa. Pra dizer o mínimo, é criminosamente injusta. O problema
do Brasil não está nos políticos. Não está no Luis, não está no Fernando, não
está no José, não está no Jair. Está numa cultura política, que reproduz
práticas delituosas e personagens desavergonhados.
A quem cabe entornar este caldo e dar
um chega pra lá, por exemplo, no patrimonialismo? Cabe a mim, cabe a você, cabe
a todos nós. Sem que tenhamos indisposição para deixar a nossa zona de
conforto, o que fazemos? Nada. Apenas repetimos nossas avaliações para
chegarmos, no máximo, a caras novas a cada eleição. E, irresponsavelmente,
damos ao mais do mesmo, o nome de renovação.
É por achar que se renova câmaras
municipais, prefeituras, assembleias legislativas, governos estaduais, o
Congresso Nacional e a presidência da república, trocando apenas nomes e não
ideias e comportamentos, que continuamos nesse dois pra lá, dois pra cá
interminável.
Isso muda? Pode ser, mas parece
difícil, porque entra eleição, sai eleição e o eleitorado continua caindo no conto
do cavalo cego de um olho, sem perceber que o defeito do animal estava na
vista.
Comentários
E também para atestar não somente a folha corrida de militar criminoso da besta fera, mas também uma tática mafiosa-miliciana - e não militar - de intimidação, sequestro e extorsão da sociedade civil, por parte de um bando de gorilas verde-oliva, remanescentes - como Mourão, Heleno, Villas-Boas et caterva -, descendentes ou herdeiros dos brucutus de 64, estupradores, torturadores, assassinos e criminosos de lesa-humanidade, dos quais um símbolo macabro é Ustra, não à toa o herói do Genocida e do seu vice Mourão.
O chefe dos funcionários da portaria Câmara dos Deputados jamais se esquecerá do barulho dos vidros estilhaçados pelo primeiro tanque na invasão da casa através da entrada da chapelaria. Com o cheiro do óleo diesel dos motores dos tanques subindo para o salão verde, os presidentes Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre foram presos pelo coronel de infantaria mecanizada destacado para a operação. Diversos parlamentares, de todos os partidos, também saíram algemados e foram levados para o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, ao lado do Parque Nacional de Brasília.
Ao Supremo Tribunal Federal foram enviados muito mais do que um jipe, um cabo e um soldado. O prédio foi cercado por pelo menos duas companhias de infantaria. Não houve depredação como no Congresso, mas também ali prisões foram feitas sem nenhum amparo legal. Todos os ministros, inclusive o presidente Dias Toffoli, foram encarcerados no Batalhão Pioneiro, o 1º BPM, no final da Asa Sul.
No Rio e em São Paulo, jornais e emissoras de TV e rádio foram ocupados por soldados armados de fuzis e metralhadoras. A ordem era quebrar quem opusesse qualquer resistência. E foi isso o que aconteceu. Vários veículos foram empastelados pelos ocupantes. Jornalistas foram agredidos e tiros foram disparados. O saldo da barbárie ainda não se conhece. No Rio, dezenas de repórteres e editores foram recolhidos ao Batalhão de Polícia do Exército, na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca. Em SP, levados para o Comando da 2ª Região, na Avenida Sargento Mário Kozel Filho.
As universidades também foram tomadas por tanques. Reitores e diretores de departamentos foram imediatamente presos. Há professores e alunos entre os presos e desaparecidos. Sabe-se que uma ala da Escola Militar da Praia Vermelha foi esvaziada para recolher os detidos nas universidades. No Rio e em Brasília, foram ocupadas ainda as sedes da Ordem dos Advogados do Brasil e da Associação Brasileira de Imprensa. Sindicatos em todo o país estão sendo fechados.
As gigantescas manifestações de rua que se seguiram ao golpe foram reprimidas brutalmente por militares e milicianos infiltrados. Pessoas relataram ter ouvido tiros e visto corpos estendidos no asfalto. Também há relatos de agressões físicas e tortura de presos em alguns quartéis. É o método que os militares adotaram para tentar descobrir o paradeiro de pessoas que consideram inimigos foragidos, embora sejam apenas estudantes, professores, jornalistas, advogados. O país está chocado com tamanha infâmia.
Alguém acredita que tamanha barbaridade poderia ser cometida pelos atuais comandantes militares? Talvez um ou outro. Alguém imagina que as Forças Armadas tomariam parte de uma brutalidade desse tamanho em nome de Jair Bolsonaro e de seus três zeros? Poucos. Alguém duvida de que este é o sonho do presidente? Ninguém.
Vamos nos cuidar o coronavirus está crescendo muito no Paraná, o governador Ratazana Jr. só fez 8 mil testes até agora no estado, uma vergonha.
Já está passando da hora!Quantas dezenas de milhares precisarão morrer?Enquanto isso corremos o risco de um golpe! Deus ilumine nossas forças Armadas para não apoiarem esses lunáticos.