O ex-deputado federal Alencar Furtado, que faleceu hoje aos 95 anos, foi um dos mais brilhantes oradores do Congresso Nacional na década de 70. Foi cassado por Geisel com base no AI-5, depois de, junto com Ulysses Guimarães, Franco Montoro e Alceu Colares, ocupar o espaço do MDB no horário eleitoral gratuito em rede nacional de rádio e televisão.
A fala dele nesse programa foi contundente, de crítica mordaz à ditadura, o que lhe valeu a cassação. Marcou para a história a expressão que melhor definiu a situação dos filhos de presos políticos desaparecidos: "São filhos do quem sabe, órfãos do talvez".
Alencar fez sua carreira brilhante de advogado e político em Paranavaí, onde seu filho Heitor é nome de uma das principais avenidas. Heitor foi brutal e covardemente assassinado por um agente da Polícia Civil, quando dormia no carro em um posto de combustíveis, entre Jandaia e Mandaguari, após um dia extenuante de campanha para deputado.
Que Deus o tenha em bom lugar, grande Alencar Furtado,
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