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O Brasil à beira do "golpe paraguaio"

Fernando Lugo era bispo e, instado pelo Vaticano abandonou a batina para seguir carreira política, seguindo sua nova vocação e os apelos da população pobre do Paraguai que o queria na presidência da república. Mas Lugo tinha uma convivência conflituosa com os grandes latifundiários do país vizinho, em defesa naturalmente dos campesinos explorados e massacrados pela sanha dos acumuladores de terra. Diante disso, Lugo não se sustentaria no poder. Não tinha nada, absolutamente nada que o desabonasse do ponto de vista do respeito ao bem publico. Mas enquanto líder religioso cometeu algum pecado da carne, ou seja, seu lado homem não resistia muito aos encantos de uma bela mulher. E mesmo bispo, teve um filho com uma de suas ovelhas. Isso, por si só, não seria motivo para que fosse apeado do poder, até porque para chegar à presidência teve que renunciar ao sacerdócio. O impeachment do presidente Fernando Lugo decorreu de um julgamento rápido, com prazo de defesa bastante exíguo. Fi

O PT e o pecado do pregador

O PT surgiu , e surfou  durante muito tempo, numa  onda que quebrava na praia , batizada pelos surfistas  da política de “moralidade pública”. O Lula das greves do ABC criou o partido com o assessoramento qualificado de figuras exponenciais da  esquerda e da democracia cristã, casos de Francisco Wefort, Marilena Chauí , Plínio de Arruda Sampaio, Helio Bicudo  e um pouco mais adiante, o sociólogo Florestan Fernandes, o mais notável dos marxistas brasileiros. Sobre Florestan, que tive a honra de entrevistar para a revista POIS É quando ele esteve em Maringá para uma aula inaugural na UEM, há fato interessante a registrar no que diz respeito ao seu ingresso na política partidária. Isso me foi contado por ele próprio, quando  perguntei : “O que explica um intelectual de esquerda, marxista de quatro costados  ingressar num partido político , disputar uma eleição e praticamente, sem fazer campanha, se eleger deputado constituinte?”. A explicação estava toda na importância que Florestan

Os nós táticos de Randolfe e Lindberg em Janaína e Reale

O jovem senador Randolfe Rodrigues preparou uma pegadinha para a advogada Janaína Paschoal e ela caiu como uma pata, daquelas amarelas que desfilam sempre defronte a frente a Fiesp. Randolf indagou se podiam mesmo ser considerados crimes os decretos suplementares relatados na denúncia. Sem pestanejar, a histriônica jurista foi categórica na afirmação de que a presidente Dilma Roussef cometeu crime sim ao assinar tais decretos. Foi aí que o senador contra-atacou deixando Janaína  constrangida : “Esses decretos foram assinados pelo vice-presidente, Michel Temer”. Diante do inesperado, a advogada, que voltou a dar o mesmo espetáculo que deu na Câmara, quando parecia estar exorcizando demônios , ficou sem argumento para sustentar a tese de crime de responsabilidade. Mas , claro, isso não muda a situação, porque a oposição, PSDB e DEM à frente, querem é impichar tenha ou não havido crime. Para eles, vale o conjunto da obra, embora até o Baianinho Engraxate saiba que o conjunto da obra

O Senado e a dimensão burlesca do golpe

O pedido de impeachment é um lixo que carece de fundamento jurídico. É um ventilador de besteiras nas bocas de personagens dantescos. Jeferson Miola (Carta Maior) O pedido de   impeachment   defendido no Senado ontem, 28 de abril, pelos advogados do PSDB Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, não seria sequer aceito para discussão em qualquer Parlamento digno e sério do mundo moderno.   Além disso, está por ser inventada uma republiqueta na face da Terra capaz de aceitar como válida para a deposição de uma Presidente eleita por 54.501.118 votos uma denúncia tão desqualificada apresentada daquela maneira tresloucada.   O pedido de   impeachment   é um lixo que carece de fundamento jurídico e de razoabilidade intelectual. É um ventilador de besteiras nas bocas de personagens dantescos.   É impossível conter o sentimento de vergonha alheia causado por Miguel Reale e Janaína Paschoal: são seres burlescos que causam vergonha nos demais seres humanos que pertencem à espé

Vergonha, vergonha!

Blog do Angelo Rigon “Recentemente a prefeita de Campo Mourão, Regina Dubay (PR), ganhou o noticiário nacional ao substituir os cargos comissionados de sua administração por parentes deles. Eram cinco, que se desincompatibilizaram para disputar a eleição deste ano, mas, diante da péssima repercussão da notícia, três deles foram exonerados. Pois não é que o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) fez a mesma coisa em Maringá? Dos vários cargos comissionados que deixaram a administração no final de março, prazo fatal para a desincompatibilização, pelo menos três tiveram parentes nomeados na sequência. Sergio Marcos Bueno, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, que veio de São José dos Pinhais no ano passado, pré-candidato pelo PRB, foi substituído pelo próprio filho, William Marcos Scheffer Bueno. O filho vai ganhar o mesmo que o pai: R$ 7.140,83. Bueno estaria em disfunção; nomeado no Gabinete do Prefeito, dava expediente no CSU Deputado Rivadávia Vargas. Outro caso é o d

O impeachment aos olhos do mundo

Show de hipocrisia

por Conceição Lemes A hipocrisia despudorada da deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), na sessão da Câmara de 17 de abril de 2016, jamais será esquecida. Ao proferir o 303º voto a favor da abertura do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, a saltitante parlamentar afirmou: “Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito,  e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão . O meu voto é por Tiago, David, Gabriel, Mateus, minha neta Júlia, minha mãe Elza. Meu voto é pelo Norte de Minas, é por Montes Claros, é por Minas Gerais, meu voto é pelo Brasil. Sim, sim, sim, sim, sim, sim…”

Imperdível

A mídia internacional fala em golpe,que só não existe para a grande imprensa brasileira

Olha quem vai pagar o pato?

por Francisco Luís, especial para o Viomundo Os empresários que financiaram o impeachment, bancando inclusive os jatinhos para deputados votarem nesse domingo, já começam a cobrar a fatura de um possível governo Temer. Segundo o jornal  Folha de S. Paulo,  pretende-se acabar com a obrigatoriedade de gastos fixos na Educação e Saúde (diminuindo os recursos para essas áreas), fazer a reforma da previdência e das leis trabalhistas, e talvez recriar a CPMF. No jornal impresso, o título da matéria é “Empresariado pede reformas impopulares em seis meses”, mas agora, na versão  online , foi alterado para  “Reformas impopulares são sonho de empresários no governo Temer”. A sinalização é clara. Eles elegeram os trabalhadores para pagar o pato da crise e a fatura chegará nos próximos meses. Muitos que festejaram o impeachment, logo, logo  sentirão o amargo gosto de seu ódio. Ódio pode destruir muito coisa, mas jamais ajudará a construir algo de bom. Os que foram às ruas defender

Detalhe prosáico, mas nem tanto

A imprensa não comentou e nenhum cientista social gastou minutos do seu tempo para analisar a questão. Passou batida, talvez por ser mesmo um detalhe prosaico, a separação que Eduardo Cunha fez no Plenário da Câmara para evitar o contato físico mais direto entre  os parlamentares manifestamente contra e os manifestamente a favor do impeachment. Os da oposição ficaram à direita da mesa diretora e os da situação, em sua maioria vinculados a partidos vermelhos (ou rosa - choque) à esquerda.  Teria sito proposital ou foi uma separação aleatória? Em se tratando de Cunha, ardiloso que só o cramulhão , é difícil imaginar que não tenha sido de caso pensado. Bem, os termos direita, para quem está do lado do rei (no nosso caso aqui, o rei mercado) e e esquerda (teoricamente os que se colocam do lado do povo)  podem ser sintetizados a partir de explicações, como esta do O filósofo inglês Roger Scruton, em sua obra “Os Pensadores da Nova Esquerda”: “ O uso moderno do termo 'esquerda

Deputado pernambucano detona Cunha e Temer, para ele, dois canalhas

Vale a pena ouvir

O republicanismo suicita do PT

Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo Imagine um jogo de futebol em que um time compre o juiz e entre com 13 jogadores. Você sabe disso. E mesmo assim entra em campo com 11 jogadores e finge não notar a roubalheira do árbitro. Este é, em suma, o republicanismo à PT. O melhor adjetivo para qualificá-lo, como se vê hoje, é suicida. Republicanismo suicida. Na política, sobretudo num país dominado por uma plutocracia corrupta e predadora, você tem que jogar o jogo de acordo com o adversário, e não com princípios românticos que podem ser facilmente destruídos por gente interessada em manter a sociedade num estágio de desigualdade primitiva. Nas circunstâncias brasileiras, republicanismo é uma palavra que a direita usa para minar os outros – sem que jamais pratique. O republicanismo conservador é FHC nomeando Gilmar Mendes para o STF ou Mário Covas colocando seu chapa Robson Marinho no Tribunal de Contas do Estado. Roosevelt, nos Estados Unidos, só conseguiu impla

"Um bando de ladrões querem atentar a uma presidenta honesta" Ciro Gomes

Sinal de alerta

"O clima de punição a todo custo em voga no Brasil tem levado instituições e opinião pública a naturalizarem ilegalidades. Com a democracia em jogo, o movimento que o País vive hoje é temeroso e lembra o cenário de países que foram palcos de  golpes de Estado recentemente na América Latina . O diagnóstico é feito pelo magistrado Roberto Caldas, presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão judicial ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA). Caldas, ex-membro da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo e à frente da Corte desde o início do ano, alerta para características de um curso similar aos casos da Venezuela em 2002, quando da tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez, de  Honduras  em 2009, quando Manuel Zelaya foi retirado de casa ainda de pijamas e enviado em um avião para a Costa Rica, e do  Paraguai  em 2012, quando o Congresso votou em menos de 48h pelo impeachment de Fernando Lugo".      .  Carta Capital

Um golpe na agenda social do país

Faz parte do pacote , embalado pelo projeto “Ponte para o futuro”, do PMDB de Michel Temer: desvinculação de 25% de receitas dos estados, municípios e do Distrito Federal dos recursos de áreas vitais como saúde, educação e tecnologia. A PEC 143/2015 foi aprovada na surdina pelo Senado. Digo na surdina porque não mereceu uma linha nos grandes jornais e nem qualquer menção nos telejornais das grandes redes de televisão, que só tem olhos para o impeachment. Adverte o senador Requião que isso é apenas uma mostra do que virá por aí, caso Michel Temer vire presidente da república, com Eduardo Cunha na vice. Veja o discurso feito no senado sobre o assunto pelo senador paranaense Roberto Requião que, gostem ou não, ainda é um dos poucos que levantam no parlamento brasileiro a bandeira da justiça social.            

Acreditem, mas aplaudiram o assassinato dos sem terra na ALEP

Na sessão de sexta-feira na Assembleia Legislativa do Estado, muita gente que ocupava as galerias, aplaudiu a morte dos sem-terra na Fazenda Araupel. A PM se disse surpreendida por uma tocaia, mas o senador Requião denuncia que um dos trabalhadores mortos levou um tiro nas costas. Como pode alguém que está de tocaia ser alvejado nas costas? O aplauso pelo assassinato de dois seres humanos  seria caso de prisão em qualquer país democrático  do mundo, por incitação à violência. Ainda mais que está provado que as terras da Araupel são devolutas. Já há decisão judicial determinando que tal propriedade pertence à União. Portanto, os invasores da fazenda não são exatamente os trabalhadores sem-terra.

Carta Aberta à Comunidade Acadêmica Internacional

"Nós, pesquisadores e professores universitários brasileiros, dirigimo-nos à comunidade acadêmica internacional para denunciar um grave processo de ruptura da legalidade atualmente em curso no Brasil. Depois de um longo histórico de golpes e de uma violenta ditadura militar, o país tem vivido, até hoje, seu mais longo período de estabilidade democrática – sob a égide da Constituição de 1988, que consagrou um extenso rol de direitos individuais e sociais. Apesar de importantes avanços sociais nos últimos anos, o Brasil permanece um país profundamente desigual, com um sistema político marcado por um elevado nível de clientelismo e de corrupção. A influência de grandes empresas nas eleições, por meio do financiamento privado de campanhas, provocou sucessivos escândalos de corrupção que vêm atingindo toda a classe política. O combate à corrupção tornou-se um clamor nacional. Órgãos de controle do Estado têm respondido a esta exigência e, nos últimos anos, as ações anticorrupçã

É bem isso

DEPENDÊNCIA DO DINHEIRO PÚBLICO. ISSO EXPLICA, EM PARTE,  A POSTURA DA GLOBO E A VASSALAGEM DOS SEUS APRESENTADORES E COMENTARISTAS.                  . Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo) O que leva jornalistas graduados da Globo a se engajarem tão ferozmente na tentativa de golpe comandada por sua empresa? É uma pergunta fascinante, e de resposta complexa. Existem as razões miseráveis de sempre, mas há mais que isso. Bajulação, vassalagem e coisas do gênero contam apenas parte da história. Há um fator provavelmente mais importante que tudo isso: medo. Pavor. Jornalistas como Merval, ou Waack, ou Míriam Leitão, para citar alguns entre tantos, sabem que seu emprego corre enorme risco caso não se concretize um golpe que mantenha franqueado o acesso irrestrito da Globo aos cofres públicos. A Globo tem uma dependência brutal do dinheiro do contribuinte. Apenas em publicidade de estatais, e estamos falando somente da tevê, arrecada cerca de 500 milhões de reais por a

Orgulho do Nrdeste

Empresa de energia lança campanha Orgulho De Ser Nordeste " A Coelce, distribuidora de energia do Ceará, lança, segunda, nas redes sociais, o movimento  ‪#‎ OrgulhoDeSerNordeste‬ . Vai incentivar que os internautas manifestem carinho pelas raízes nordestinas. Além disso, a campanha vai promover, pelo Facebook, um “desafio de cordel”. . Blog do Ancelmo Góis 

Temer quer nos dar um cavalo de troia de presente

A Constituição prevê o impeachment, isso todo mundo sabe. Mas o que se discute é a forma como se quer chegar ao impedimento da presidente Dilma e a maneira sórdida como se busca crime de responsabilidade, onde respeitáveis juristas insistem que crime não há. Por isso é que se diz que o impeachment é golpe. O que foge à compreensão da esmagadora maioria dos brasileiros, gente de bem com toda certeza, é o que se esconde por trás do que se trama nos bastidores do poder político. O golpe, adverte o professor de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani , “é o cavalo de troia da implantação definitiva do projeto neo liberal no Brasil”. Já ficou claro no projeto “Ponte para o Futuro” do vice Michel Temer que , uma vez concretizado o impedimento da presidente, ele assume a coloca em andamento projetos de redução, ao mínimo possível, da participação do Estado na economia brasileira. Tudo começa pelo desmonte de mecanismos de proteção social, como alguns subsídios e políticas compensatórias,

Temer é sério candidato ao troféu da indignidade

Do alto da sua experiência política, que não é pequena, o senador Álvaro Dias aconselha  Michel Temer a também entregar o seu cargo de vice-presidente da república, já que o PMDB por ele comandado exigiu que todos os ministros e ocupantes de cargos de confiança no governo pulassem do barco. Agora no PV, o ex-tucano escreveu em sua página do Facebook:"Renuncia. E o cargo mais importante do partido, o de vice-presidente? Temer não vai entregar? Assim fica consagrado o maior espetáculo de traição, covardia e oportunismo político de nossa história". Álvaro vai mais longe dizendo que se assumir no lugar de Dilma, Michel Temer receberá o Oscar da indignidade política. Como discordar disso?

Primeiro de abril

Cuidado com o conjunto da obra

“Conjunto da obra”  é a nova expressão exaustivamente usada por defensores do impeachment  para justificar suas posições. Até o Sardemberg, comentarista da   CBN  anda mudando o tom da conversa. Não fala mais em pedaladas fiscais como crime de responsabilidade, mas como crime que pode ser perdoado “e no caso da presidente Dilma seria se a economia estivesse crescendo, se a situação econômica do país estivesse um pouco melhor”. Mas,  diz  Sardemberg , fazendo coro com lideranças partidárias , com alguns juristas e economistas: “a presidente da república deve ser impichada pelo conjunto da obra”. Hoje de manhã ouvi o ex-presidente Fernando Henrique dizer na Globo News que o problema da Dilma, que alimenta o processo de impedimento é o conjunto da obra. Até  Janaína Paschoal, a advogada que virou estrela ao defender o pedido de impeachment que ela protocolou na Câmara junto com Miguel Reale e Hélio Biudo,  falou em conjunto da obra.E se tornou a nova musa do golpe midiático. Então