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Uma entrevista inédita (e histórica) com o criador do WikiLeaks

                      . "Há dez anos nascia o WikiLeaks, a mais poderosa e inexpugnável máquina de divulgação de segredos de estado de que se tem notícias em todos os tempos". Há quatro anos ele está exilado  num pequeno prédio no centro de Londres onde funciona a embaixada do Equador. Fernando Morais, o obstinado jornalista e escritor (autor de A Ilha e Chatô, entre outros livros de grande sucesso editorial)  passou uma tarde inteira com Julian Assange. O resultado foi essa entrevista imperdível que Morais publicou em seu site  NOCAUTE e que eu, não resistindo à boa tentação, decidi reproduzir nesse blog. Vale a pena ler: Foi quase um ano de espera. Desde o começo de 2016 amigos europeus e latino-americanos tentavam me ajudar a conseguir uma entrevista jornalística com o cyber ativista australiano Julian Assange, exilado desde 2012 na elegante e modesta embaixada do Equador, em Londres. Fernando Morais:  Em primeiro lugar muito obrigado pela deferência de ter me

Perdemos o grande Osvaldo

Osvaldo Reis, que faleceu ontem à noite aos 66 anos , marcou sua passagem pela história de Maringá, como trovador, contador de causos e como assessor político. Foi chefe de gabinete (em Brasília) do deputado Renato Bernardi (+) e em Maringá, chefe de gabinete do prefeito Said Ferreira, também falecido. Hábil com as palavras, Osvaldo tinha um senso de humor inigualável, embora parecesse amargo muitas vezes, fruto certamente dos seus problemas da saúde, que agora na reta final da sua vida, não eram poucos. Osvaldo foi também animador de comícios (bons tempos aqueles dos grandes comícios) e levou consigo uma enorme frustração: a de ver seu MDB velho de guerra transformado nisso que é o PMDB hoje. Osvaldo, é bom lembrar, foi durante muito tempo o Rei Momo de Maringá. Comandava o carnaval de rua e dos clubes, sempre com animação mas sem nunca deixar de lado a crítica social e política que fazia sempre onde quer que estivesse - na igreja ou na folia. Que Deus o tenha num bom lu

À moda Didi Mocó

“Mais Uma derrapada”. Este é o título da matéria da Veja dessa semana sobre o ministro da saúde. O assunto é a nomeação da segunda colocada numa eleição direta da Fiocruz para a presidência da fundação. O cargo máximo é escolhido de uma lista tríplice, mas há 25 anos o governo federal nomeia o candidato mais votado. Dessa vez, por questões políticas, Barros quebrou a tradição e nomeou a médica  Tânia Araújo que fez menos da metade dos votos da pesquisadora Nísia Trindade. Claro que Ricardo Barros não disse isso publicamente, mas corre nos bastidores que ele, mais realista do que o rei, quis desprestigiar uma pretensa crítica do desgoverno Michel Temer. Tanta trapalhada assim, só o Didi Mocó.

Morre um grande líder

Ele não participou da Revolução dos Cravos, estava exilado na França depois de ser preso várias vezes pela ditadura salazarista. Mas do exílio, lutou muito pela restauração da democracia em seu país e regressou a Lisboa pouco depois que o general  Spínola entrou na capital com suas tropas para  por fim  a 41 anos de ditadura do Estado Novo. Fundador do Partido Socialista , Mário Soares, que foi primeiro ministro e presidente , foi um dos mais brilhantes líderes políticos da Europa no século XX. Ele morreu hoje aos 92 anos. Em sua homenagem e em homenagem ao povo português, relembro aqui o hino da Revolução de 1974. 

Em nome dos que habitam a casa grande, foda-se a senzala

Líderes da FDN (Família do Norte) presos no Mato Grosso do Sul, é que teriam ordenado alguns assassinatos no complexo penitenciário do Amazonas. Isso mostra que a comunicação entre detentos do crime organizado flui com facilidade espantosa. Seria por meio de celulares, o que deixa a sociedade perplexa, sem entender como pode esses aparelhos entrarem com tanta freqüência nos presídios. Mas não é só isso:   chefes da Família do Norte, presos em Campo Grande (MS) teriam dado ordens para comparsas matarem integrantes da facção rival na capital do Amazonas. De que forma essas ordens foram transmitidas? Segundo reportagem do UOL, há suspeitas de envolvimento de familiares e de advogados dos detentos. A pergunta que fica é a seguinte: não há monitoramento dos visitantes ? No caso dos advogados a situação se torna ainda mais grave e coloca em cheque o papel das instituições responsáveis pela formação do profissional do Direito e depois pelo cumprimento de regras básicas no exercício da pr

Aonde realmente mora o perigo

Não é pequeno o percentual de brasileiros que pensam assim: “melhorar o Sistema carcerário e tratar os presos com dignidade é jogar dinheiro fora , é dar asas a cobra”. Isto soa como defesa da barbárie, ainda mais quando vemos manifestações de alívio ante a eliminação de bandidos perigosos por meio de confronto entre eles. Aos que apla udiram as mortes, achando que assim é menos bandido na praça, vale a reflexão: a barbárie no sistema carcerário não reflete positivamente nos níveis de violência aqui fora, antes pelo contrário. Ao invés de colocar medo nos integrantes do crime organizado, episódios do tipo os deixam mais violentos e pré-dispostos a fortalecer suas células criminosas, para jogar com mais eficácia esse jogo de horror. E aí, o crime organizado se amplia e cada vez mais nos assusta, mais nos aterroriza. Os presos, amontoados em celas minúsculas e mal cheirosas, transformam-se em verdadeiras bestas humanas, sem qualquer possibilidade de ressocialização. Mais dia me

As ambivalências de um sistema que ora é Deus, ora Diabo

                                                                                                           J. Carlos de Assis* Existe uma teosofia segundo a qual Deus e o Diabo são a mesma pessoa, com aspectos diferentes. Isso de certa forma se concilia com o zoroastrismo e com a teologia cristã que faz Deus criador de todas as coisas, e necessariamente de Satanás. Foi a infinita ambição de Satanás, querendo se igualar a Deus, que o levou ao desastre. Do contrário, se ele não fosse tão ambicioso, a hierarquia do céu seria eternamente preservada, com a contrapartida de que todos morreríamos de um tédio cósmico inapelável. Essas divagações servem para avaliarmos as ambivalências da Laja Jato, segundo um roteiro que me foi inspirado pelo senador dissidente do PMDB, Roberto Requião – do qual, para minha honra, sou assessor. Requião, pela manhã, aplaude Moro, o juiz Torquemada da Lava Jato. À tarde ele está enfurecido com ele, por suas violações do Direito. À noite, revira na c

Apesar de tudo, viva o Brasil!!!

Ele morreu ontem de morte natural, após viver 365 dias tirando nosso sono, prendendo nossa respiração, nos dando calafrios e nos impondo coisas que se tivéssemos força pra reagir, repeliríamos. Não digo que se foi tarde, porque o conceito de tarde nos parece perverso, fruto de insensibilidade e de incompreensão total do momento histórico. Mas se foi . E se quer saber, estou meio aliviado porque se foi. O sucessor  chegou chegando, com palavras nada alentadoras mas trazendo na mala bastante esperança. Chegou dando ordens e recomendando: mexa-se, coloque seu tijolo na construção que se inicia , senão o edifício não se sustenta quando chegar na última laje. De pronto , dei razão ao seu espasmos de arrogância, porque de olhos abertos e antenas ligadas sempre, sei que não falou besteira, apesar do tom ameaçador. Tá certo, vou ser compreensivo com 2016 e dizer: vá com Deus, meu velho. Descanse em paz. Afinal, nos proporcionou dias amargos, momentos de decepção, mas foi-se, de