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Lembram do efeito orloff?

Josias de Souza no portal UOL: “A mais nova obsessão de Jair Bolsonaro se chama Cristina Kirchner. Nos últimos dias, o capitão derrama baldes de saliva num esforço para ensinar os eleitores da Argentina a votar direito. Explica que é melhor ter paciência com o presidente liberal Mauricio Macri e seus desacertos do que devolver a antecessora esquerdista ao poder nas eleições marcadas para o próximo mês de outubro. A volta de Cristina à Presidência transformaria a Argentina numa nova Venezuela, ensina Bolsonaro ao eleitorado portenho. O presidente brasileiro faria um bem inestimável a si mesmo se começasse a olhar para o quintal do vizinho com olhos de aluno, não de professor. Convém observar o que há de concreto —a administração de Macri— não o que é apenas hipotético —a volta de Cristina. A Presidência de Macri não é um bom exemplo para Bolsonaro. Mas tornou-se um fantástico aviso. Os dois têm muito em comum. Assim como Bolsonaro, Macri chegou à Presidência surfando a raiva da

Vai vendo

PARA SUBSTITUIR RAQUEL DOGDE BOLSONARO DIZ QUE SÓ NOMEIA QUEM FOR SEU "PEIXE". No dia 18 de junho a Associação Nacional dos Procuradores da República deve elaborar a lista tríplice com os três nomes que concorrerão ao cargo hoje ocupado por Raquel Dodge NA PGR. Quem escolhe é o presidente da república. Mas não cabe a ele interferir na elaboração da lista tríplice, que é montada em eleição interna da ANPR . Mas contrariando a praxe, o presidente Bolsonaro já mandou avisar qu e só nomeará aquele que for seu “peixe”, ou seja, algum procurador das suas relações pessoais. Aí sugeriram pra ele que ao consultar a lista ouvisse seu ministro da Justiça, Sérgio Moro. Resposta: “Quem nomeia sou eu, não tenho compromisso nem com meu ministro”.

Rede TV afrouxa a tanga

REDE TV AFROUXA A TANGA E SUSPENDE EXIBIÇÃO DA ENTREVISTA DE LULA QUE ELA MESMA TINHA PEDIDO À JUSTIÇA PARA FAZER. A Rede TV foi uma das emissoras que entrou com um pedido na Justiça para entrevistar Lula. Os primeiros autorizados foram A Folha de São Paulo e o jornal espanhol El País. A Rede TV obteve a segunda autorização e a entrevista foi gravada ontem pelo competente e ético Kennedy Alencar. Kennedy informa agora em seu blog que a entrevista será exibida pela BBC de Lon dres. Há pouco, o portal UOL informou que a Rede TV desistiu de exibir a entrevista, que seria mostrada na íntegra hoje à noite. E sabe por que? Nem você e nem eu sabemos, mas até os macacos do Parque do Ingá deduzem que a emissora deve ter recebido alguma ameaça de corte de verba pelo Palácio do Planalto. Como diria o boca mole Boris Casoy, hoje apresentador da Rede TV: " É uma vergonha!!!".

Inimigos da biodiversidade

"Um projeto de lei elaborado pelos senadores Márcio Bittar (MDB) e Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), pretende revogar todas as normas referentes à proteção de vegetação nativa das propriedades rurais --o que pode aumentar a margem de desmatamento desses imóveis. A proposta tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e versa sobre o capítulo 4 do Código Florestal, um dos pontos mais delicados deste conjunto de leis que demorou mais de 13 anos para ser aprovado". (UOL)        A ilustração (Google) é do coitado do Tarzan se ferrando na Floresta Amazônica

É uma esculhambação

A Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco é uma condecoração do governo federal conferida a autoridade pública que tenha prestado relevantes (e reconhecidos)   serviços à pátria. Pois não é que o presidente Bolsonaro decidiu, por decreto, dar tão importante comenda ao astrólogo Olavo de Carvalho? Estou curioso pra saber como reagirão os militares de alta patente, já que o guru do presidente da república é um desbocado e anda falando muita merda contra os generais, principalmente os da reserva que estão no governo, caso do vice-presidente Hamilton Mourão.   Bolsonaro e Olavo formam uma dupla sertaneja bem afinada - Calígula e Incitatus. Acha pouco? Pois saiba que no mesmo decreto o presidente Jair Messias confere o grau de Grande Oficial as filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro.

O Brasil a caminho do abismo

Taxa de 13% de desemprego + nível de desocupação (soma do desemprego com a   subocuparão)   +   desalento dos que desistiram de procurar trabalho no mercado formal. A soma desses indicadores eleva a 25%   o nível de desemprego no Brasil, atingindo diretamente 28 milhões de brasileiros. Isso é uma tragédia que, na lógica do efeito dominó, reflete no crescimento da miséria (veja como anda aumentando a população de rua nas grandes e médias cidades) e impacta diretamente nas estatísticas da violência urbana. O que o governo Bolsonaro tem feito para equacionar esse problema que é muito grave? Nada, absolutamente nada. O discurso é único: gira em torno da reforma da previdência, colocada na mídia como panaceia. Mas qualquer cidadão medianamente informado e não contaminado pelo bolsonarismo, sabe que   a PEC elaborada por Paulo Guedes e que já passou pela CCJ da Câmara Federal, é uma espécie de crônica da tragédia social anunciada. O governo cria cortinas de fumaça para embaçar a v

Licença para matar

Ao falar na abertura da Agrishow em Ribeirão Preto sobre seu projeto   de excludência de ilicitude para agricultores ,   o presidente Bolsonaro foi traído pela sua inabilidade com as palavras .   “É um projeto de lei que será enviado para Câmara, vai dar o que falar, mas é uma maneira de ajudar a violência no campo”. Perceberam? O projeto vai ajudar a violência no campo mesmo. Ou seja, o excludente de ilicitude é uma espécie de licença para matar, pois torna o agricultor que matar com o pretexto de estar defendendo sua propriedade,   imune a qualquer processo crime, e claro, impune. Trocando em miúdos: é lenha na fogueira da violência no campo. Com isso, o Estado abre mão do seu papel de proteger a sociedade, pois conforme define o espírito dessa   lei de Talião, cada indivíduo que cuide da sua própria segurança. A Pastoral da Terra emitiu nota oficial, manifestando seu repúdio à pretensão   de Jair Messias Bolsonaro e preocupação com o cenário de carnificina que sua excelên

O discurso único, hipócrita e exasperante

É exasperante o discurso único da reforma da previdência que ignora aspectos importantes como a ameaça à seguridade social. Diga-se de passagem que a seguridade é superavitária e tirar a Previdência desse tripé é um atentado à Constituição e um crime contra o estado de bem-estar social, criado tão sabiamente pelos constituintes. Espanta o sinismo como a mídia trata o tema. Só dá voz ao lado do governo, pressionado pelo mercado a acabar com a previdência pública e tirar qualquer possibilidade do trabalhador da ativa se aposentar, a não ser se não for por meio da previdência privada. O regime de capitalização é a senha para que os futuros velhinhos se preparem para morrer trabalhando ou para o suicidio, como ocorre hoje no Chile. Só lembrando que o sistema chileno de aposentadoria é um dos legados da ditadura Pinochet e foi montado por economistas formados em Chicago, os tais Chicagos Boys, em cujo time se insere Paulo Guedes, o "Posto Ipiranga" do presidente Bolsonaro.

Apenas um lado, de uma moeda que tem dois

A reforma da previdência surfa na onda do jornalismo de esgoto, como o que o JN mostrou esta noite.  --------------------------- Uma das lições básicas do jornalismo, desde os meus tempos de foca, era de que uma reportagem para ser completa e imparcial, precisa apresentar os dois lados da moeda. Cultuar o princípio do contraditório é que dá brilho e feição democrática ao exercício da nobre missão de informar. Vendo a coisa por este ângulo, que considero correto, é que não consigo engolir a cobertura que a mídia, sobretudo as redes de televisão, faz da reforma da previdência. O Jornal Nacional de hoje, por exemplo, dedicou um bloco inteiro ao tema. Deu ênfase à Comissão Especial, ouviu deputados e parlamentares, todos defendendo a PEC e com o discurso único de que se a reforma não for aprovada, o país quebra e o governo não terá dinheiro em futuro próximo para pagar os aposentados e pensionista. De repente a previdência foi elevada à condição de vilã do déficit público, o que

Foi há 45 anos

25 de abril de 1974 eu estava na sucursal da Folha de Londrina, onde trabalhava comigo um repórter porreta chamado carinhosamente de Mini-Chico. Francisco de Oliveira era português, sua família tinha vindo para o Brasil fugindo da ditadura salazarista. Naquela manhã, Mini-Chico entrou na sucursal chorando e cantando uma música que eu nunca tinha ouvido. Nos abraçamos e choramos juntos, de alegria, claro, porque acabara de cair um regime de perseguições, censuras e prisões absurdas, que já durava 41 anos. De lá pra cá, passei a ouvir sempre o hino daquela revolução, a Revolução dos Cravos, liderada pelo general António Spíndola. Hoje faz 45 anos da libertação do povo português, que certamente celebrará, e muito,nas ruas de Lisboa e das principais cidades do país irmão. Girândola Vila Morena emociona:   https://www.youtube.com/results?search_query=girandola+vila+morena

É tempo de compra e venda

Bolsonaro promete liberar até 2022  R$ 40 milhões por deputado que votar a favor da reforma da previdência.  A informação está em matéria na Folha de São Paulo, edição de hoje. Eu sempre achei as emendas parlamentares uma excrescência. São moedas de troca do governo, qualquer governo. Parlamentares fisiológicos, que gravitam em torno das verbas como moscas de bolo, vendem a própria alma e entregam seus eleitores de quebra para o diabo, por qualquer trinta dinheiro. Só os analfabetos políticos e funcionais, não percebem que a política brasileira está podre e que só condenar e prender Mané e Chico, não vai resolver merda nenhuma. O dia que os eleitores imbecilizados perceberem que mitos não passam de micos e a direita brasileira quer ver seu oco e um grilo cantando dentro, aí quem sabe , passa a refletir melhor sobre a sua responsabilidade diante da urna, sempre confundida com penico.

Esqueceram de combinar com os russos

A Rússia é o quinto maior importador da soja brasileira. Mas acaba de mandar um recado ao governo Bolsonaro, onde a ministra da agricultura é chamada de a musa do veneno : "Ou reduzem a aplicação de agrotóxico nas lavouras ou não queremos mais a soja de vocês". E olhem que a China já negociou com o governo Trump para comprar a soja norte-americana ao invés da soja brasileira. E nos países árabes, a tendência é trocar a carne brasilei ra pela da India, principalmente depois que o presidente Bolsonaro foi a Israel beijar a mão de Netaniahu.

Jornalismo de esgoto

A cobertura que as redes nacionais de televisão fizeram da reunião de ontem da CCJ da Câmara , que aprovou a admissibilidade da PEC da reforma da previdência, foi vergonhosa. Ignoraram o fato do Congresso ter sido cercado por grades; passaram ao largo do sigilo sobre os dados que embasaram a PEC e trataram de criminalizar as manobras regimentais (legítimas, diga-se de passagem) da oposição, para torpedear a nefasta Proposta de Emenda Constitucional. 
Trabalhador apoiar a reforma da previdência é como o pernilongo dar voos rasantes para festejar a chegada do baigon. 

Edir Macedo compra parte do Banco Renner

Dante colocou Papas simoníacos no Inferno. Aquele lugar é espaçoso, sempre cabe mais um. O bispo comprador de bancos com o sangue de seus fiéis lá estará, com certeza. . Professor Roberto Romano

O que o personagem de Eça de Queiroz nos ensina

Toffoli, Gilmar e o Conselheiro Acácio. Dias Toffoli atropelou o bom senso, certo? Certo. Gilmar Mendes é cheio de senões éticos, certo? Absolutamente certo. A mídia e o espectro mais conservador e direitista do país quer colocar freio no STF para fortalecer a democracia, certo? Certo não , tiozinho, o que esse pessoal quer na verdade é aproveitar as fraquejadas de um ou de outro ministro e desmoralizar a mais alta corte do país. Fazendo isso, desmoraliza as instituições e f acilita o trabalho de um dos filhos, acho que o 02, de fechar o Supremo com apenas um cabo e dois soldados. Aí, coloca a faca e o queijo na mão de um certo Jair Messias, que se bem me lembro, cansou de dizer em passado recente que se um dia chegasse à presidência da república fecharia o Congresso Nacional no dia seguinte. O jogo é bruto, meu caro Eça, com o perdão da existência de um misterioso Queiroz nesse cenário. O seu Conselheiro Acácio primava pelas obviedades, mas esse nosso protótipo também vai se

Foi há 39 anos

Em abril de 1980 o líder metalúrgico Luís Inácio da Silva era preso no ABC por comandar greves nas portas de fábricas, principalmente nas fábricas de automóveis - Volkswagen, Ford e GM. Há 39 anos descia no Aeroporto Gastão Vidigal em Maringá o ministro do trabalho Murilo Macedo. Eu esta lá, como repórter da Folha de Londrina. Na entrevista coletiva realizada ali mesmo no saguão do aeroporto, claro que o assunto era a prisão de Lula.Eu já usava barba na époc a   e o ministro, que tinha sido gerente de banco em Maringá no final dos anos 50, olhou pra mim e antes que eu formulasse minha primeira pergunta, ele repeliu: "Desde ontem que não aguento mais ver barbudo na minha frente". Foi aí que descontraí o ambiente e fiz todo mundo dar risada com esta provocação: "Então , ministro, hoje se o senhor ver uma foto de Cristo, o senhor reage como reagiu agora?". Ele também riu, desenxabido, mas riu.

Se assim é que lhe parece

A história está a se repetir, não se sabe ainda se como tragédia ou como farsa. ------------------------------------ “Operários”, esta tela aí de Tarsila do Amaral registra um momento histórico difícil para os trabalhadores das fábricas paulistanas do início dos anos 30, uma época em que não havia segurança jurídica para quem laborava e o aviltamento da massa salarial dava a exata dimensão da tragédia social que pairava sobre o mundo do trabalho. Quase 100 anos depois (86 para ser mais preciso) o que temos hoje? Temos um país de predomínio do desemprego e da total insegurança jurídica dos trabalhadores formais . Esses, fulminados por uma reforma trabalhista sacana e ameaçados por uma reforma previdenciária perversa, sentem-se tão firmes no mercado de trabalho quanto um palanque em banhado. A Lei de Murphy, que diz que tudo que está ruim pode piorar, é que guia o nosso exército industrial de reserva nessa era Bolsonaro. Era em que um Chicago Boy , banqueiro e investigado

O seguinte é esse

Os bolsominions se irritam, acham que é torcer contra. Antes fosse. A verdade nua e crua é que o governo Bolsonaro vem aprofundando dramaticamente o caos social no país.  ------------------------------------------ Quando Bolsonaro assumiu há 100 dias, existiam no Brasil 27 mil obras públicas paradas. Não foi retomada uma sequer. Nesse período, 2 milhões de brasileiros saíram dos planos de saúde e ingressaram no SUS. É uma consequência pratica do desemprego, que só cresce. E  o que dizer dos 11,2 milhões de jovens entre 16 e 29 anos que estão fora do mercado de trabalho e desanimados com a falta de perspectiva? Enquanto isso, caiu o volume de investimentos na Ciência e Tecnologia, a cultura se escondeu em alguma pasta que não se sabe qual e em contrapartida o super-ministério do Paulo Guedes absorveu três outros ministérios e em contrapartida criou 21 secretaria e 7 subministro para tocar o barco. Que jeito mais às avessas de enxugar a máquina, ehim! Acha pouco? Então veja esta

Reflexão de uma sexta-feira santa

Hoje cedinho, enquanto coava o café, me peguei imaginando: como será que a História irá registrar as eleições de 2018 e os dias, meses e anos que se seguiram à posse de Jair Messias Bolsonaro? Não tem como saber, mas um exercício de dedução lógica nos leva a pensar que este deverá figurar como um período ruim, muito ruim, em que o Brasil engatou ré e marchou célere em direcção aos anos de chumbo (1964/1985), e com uma agravante: não pelas armas, mas pelo voto popular, o que amplia a dimensão da tragédia.