Pular para o conteúdo principal

Postagens

Como agirá a Comissão de Ética do Senado?

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu da Polícia Federal (PF) um inquérito em que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) é investigado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Seriam negociações relâmpago de imóveis que teriam resultado no aumento absurdo do patrimônio do senador, filho do presidente. O caso é diferente do escândalo Bolsonaro – Queiroz e mostra que Flávio vai se complicando cada vez mais. As suspeitas são de lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis e a declaração à Justiça Eleitoral do valor de um imóvel abaixo do seu preço real.   . Blog do Esmael PS: duas perguntas não querem calar nesse momento: qual o curso dará a essas investigações a PGR e como será o comportamento da futura Comissão de Ética do Senado em relação ao senador Flávio, filho do presidente?

A hipocrisia pede passagem

A deputada estadual de Santa Catarina , Ana Paula da Silva (PDT) , provocou   suspiros e xingamentos ao aparecer na cerimônia de posse com um decote generoso . Foi elogiada por homens e mulheres e espinafrada por   mulheres e homens.   Nas redes sociais, foi chamada de prostituta, vagabunda e outros adjetivos menos nobres. Sua resposta foi   tipo ss – sóbria e sábia: “Vou continuar me vestindo do jeito que eu quero. Não vou me violentar só para agradar conservadores hipócritas”.   Na cidade litorânea de Bombinhas, onde foi prefeita avaliada como a primeira melhor do Estado e a terceira do Brasil,   Ana Paula, só recebe elogios , não pelos seu dotes físicos, mas pela sua capacidade como gestora pública e de   respeito ao erário. O que mais importa saber sobre a deputada Paula?   A mídia tradicional, que acompanha a sociedade conservadora na sua suprema hipocrisia, praticamente ignorou o seu lado “mulher competente”. Preferiu dar   asas ao de “mulher desfrutável”, que   a creti

Vem aí a reforma "Mata o Véio"

Ela vem embalada num discurso canalha de que é preciso tirar a previdência do tripé da Seguridade Social O projeto de reforma da previdência ainda não foi enviado ao Congresso Nacional mas pelo que antecipam analistas, com base em vazamento de alguns detalhes da proposta do ministro Paulo Guedes, o governo quer separar a previdência da assistência social e da saúde. Ou seja, vai desmontar o tripé da Seguridade Social, passando por cima da Consti tuição. O desmembramento, que é criminoso, tem como objectivo claro, mostrar (de forma distorcida) que a previdência é deficitária e precisa, portanto, ser reformada, com idade mínima de 65 anos para homem e mulher. E que se isto não for feito, o déficit público explode de vez e o governo não terá em futuro próximo como pagar os benefícios dos já aposentados. O nome disso é chantagem emocional pra cima dos trabalhadores, ativos e inativos. A seguridade, é bom que se diga, é superavit-ária , devido às inúmeras fontes de financiamento

Coisas da era Bolsonaro

OS APOSENTADOS JÁ SENTEM O BAFO DE PAULO GUEDES NA NUCA Os empréstimos consignados para aposentados são operações rápidas e seguras, quando há margem. Mas a margem surgida agora com o aumento dos benefícios não tem sido liberada e a confusão é geral. Nunca houve isso desde que esse tipo de crédito foi criado no governo Lula. É o efeito Paulo Guedes sobre os aposentados, que já começam a sentir o gosto amargo da eleição de Bolsonaro.

A favor da diferença, contra o fanatismo

“O parlamento precisa conviver com a diferença, tem que ser o espaço do debate das ideias. O que não pode é dar espaço ao fanatismo, porque o fanatismo quer eliminar a diferença, o fanático quer eliminar o outro, o fanatismo é a contradição da democracia".  . Marcelo Freixo, estreando na Câmara Federal com um brilhante discurso

Lula e o Nobel da Paz

O único brasileiro que chegou próximo de um prêmio da academia sueca   foi Dom Elder Câmara em 1970. Tinha amplas condições de tornar-se Prêmio Nobel da Paz mas o governo militar fez o diabo para evitar. Agora, outro brasileiro está se aproximando da cobiçada homenagem. A campanha liderada pelo argentino Peres Esquivel, que já foi Nobel da Paz, reúne mais de 500 mil assinaturas e apoio de lideranças políticas e artistas do Brasil e do mundo. O episódio recente de negativa da Justiça à ida do ex-presidente ao velório do irmão Vavá teve repercussão internacional e isso pode favorecer Lula. Em 70 as autoridades militares conseguiram barrar Dom Helder mas em 2019 a realidade é outra. O antipetismo e antilulismo de parte da sociedade e das lideranças políticas serão insuficientes para barrar um Nobel da Paz para o líder preso por um tríplex que não lhe pertence. Vai conseguir? Difícil saber, mas o simples fato de existir a indicação e toda uma mobilização a favor, consolida a posiç

Mal que veio pra bem?

Eu não sou esperançoso com os generais. Mas devo reconhecer que eles contiveram o avanço da ala evangélica no governo. E esta gente é totalmente pirada e sem noção. Além de picareta. Magno Malta ia ser ministro, o Borço ficava toda hora em roda de oraç ões, o Malafaia dava palpites, certamente teria mais ministros e todo mundo sumiu. Até aquela onda maluca de mudar embaixada em Israel parece que ficou meio no banho Maria. Vamos ver. Gosto até de pensar que eles deixaram o cara nomear a Damares, porque perceberam que ela é doida de pedra (além de vigarista) e isto ia desmoralizar a catiguria dos evangélicos. Por este aspecto, se realmente foi isso, evitaram o pior. Mas querer saber onde a coisa vai é puro exercício de futurologia. Acho que nem eles sabem.   . Do jornalista Edilson Pereira , no face book

Rotas de colisão já na saída

O vice-presidente Hamilton Mourão está surpreendendo, inclusive a esquerda, com seu discurso light e de muita sensatez. Mas não nos enganemos, porque o que ele busca na verdade é protagonismo e sua caracterização como o que a Carta Capital chamou de “a face razoável” de um governo tucura. Ou alguém acha que o general virou um democrata da noite pro dia ? Hierarquicamente  Bolsonaro está acima de Mourão, mas este não abre mão da liturgia da caserna: general não bate continência para capitão, é o contrário.

Esquerda desunida sempre será vencida

PT, Psol, PSB e Rede formalizaram um bloco de oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional. Cadê o PC do B, de Manoela D ávila e o PDT, de Ciro Gomes? Pelo que já dá pra perceber Bolsonaro vai jogar duro com a sociedade brasileira, que deve começar a ferrar já a partir da reforma da previdência e , portanto, a oposição precisa estar unida e muito sólida em torno da agenda social. Senão, a vaca vai mesmo pro brejo.  Tudo bem que Ciro Gomes esteja magoado com o PT e que o PC do B ficou costeando o alambrado do Planaldo por conta da recondução de Rodrigo Maia à presidência da Câmara, mas realmente não dá para conceber tanta burrice na esquerda, que continua não se unindo nem no câncer, como disse certa feita um sábio político mineiro.

Bolsonaro pisa na bola com o mundo árabe e deixa o agronegócio com a pulga atrás da orelha

O QUE BOLSONARO QUER DE ISRAEL, UMA FÁBRICA DA GLOCK OU OS DRONES ASSASSINOS? O presidente eleito vive cheio de mesuras para o lado de Israel, mas deixa transparecer um certo ar de provocação ao mundo árabe. O anúncio que fez de levar a embaixada brasileira de Telavive para Jerusalém,  pode criar sérias consequências para o agronegócio brasileiro, que tem nos países árabes seus grandes compradores, principalmente de  frangos e derivados. Os empresários catarinenses desse setor apoiaram Bolsonaro com todo entusiasmo , mas se a mudança da embaixada se concretizar,  terão muitos contratos cancelados. Mas afinal, que interesses o Brasil pode ter mais em  Israel do que nos países árabes? E o que o Brasil compra de Israel? Compra quase nada. Talvez Bolsonaro esteja agora interessado nos drones que matam e na vinda pra cá de uma fábrica da Glock. Era dessa marca a pistola que os assaltantes tomaram dele no Rio, onde levaram também a moto e o capacete do  deputado. Não me recordo de n

O provável novo cenário

O BRASIL DA ERA BOLSONARO E OS PROVÁVEIS PROTAGONISTAS DA NOVA CENA POLÍTICO-PARTIDÁRIA Passadas as eleições, que tiveram dois extremos no segundo turno, é hora das conjecturas sobre o novo quadro político-partidário brasileiro, que terá um presidente até pouco tempo atrás improvável e um parlamento com renovação surpreendente, de caras e não necessariamente de idéias. Uma coisa já parece muito clara: o Lulopetismo saiu fragorosamente derrotado das urnas, mas não significa que está morto. Teve redução da sua bancada na Câmara mas mesmo assim continuará sendo o partido com o maior número de parlamentares, seguido pelo até então inexpressivo PSL , inflado pelo fenômeno Bolsonaro. É claro também o fato de que o PT , que já tinha perdido muita massa muscular nas eleições municipais de 2016, tentará manter a hegemonia da oposição. Só tentará, porque a cláusula de barreira levará muitos pequenos partidos, inclusive de esquerda, a buscarem sua sobrevivência nas fusões com agremiações

Simples assim

O clima de euforia não comporta qualquer observação crítica ao discurso do vencedor. Tudo pode parecer choro de derrotado. Mas há um dado que é revelador do grande empenho feito pela elite empresarial neste segundo turno a favor da candidatura consagrada ontem nas urnas. Ouvi um economista comentar agora de manhã na CBN que está embutido no orçamento da União para 2019 uma renúncia fiscal de cerca de R$ 350 bilhões. É mais que o dobro do déficit público atual,  que servirá como pretexto para o novo presidente acelerar, ainda este ano, o processo de reforma da previdência, que deve brindar o trabalhador brasileiro com a aposentadoria pé na cova. Há também a sedutora proposta de aprofundar a perversidade da reforma trabalhista com a criação das carteiras de trabalho azul e a verde e amarela . A primeira preserva alguns direitos e a segunda, suprime todos os direitos. Vai na linha daquilo que o candidato falou várias vezes na campanha: "O trabalhador terá que optar entre ter t

"Não adianta pedir desculpas daqui a 50 anos"

O texto da ex-editora executiva da Folha de São Paulo, publicado hoje pelo jornal é uma demonstração de coragem e compromisso com a verdade histórica. Copio e colo aqui, porque trata-se de uma tentativa, ainda que isolada, de resgate da dignidade do jornalismo brasileiro que, por medo ou comprometimento com a causa fascista, está descendo a ladeira, a caminho do alagadiço. Vale a pena ler: Ninguém poderá dizer que não sabia. É ditadura, é tortura, é eliminação física de qualquer oposição, é entrega do país, é domínio estrangeiro, é reino do grande capital, é esmagamento do povo. É censura, é fim de direitos, é licença para sair matando. As palavras são ditas de forma crua, sem tergiversação –com brutalidade, com boçalidade, com uma agressividade do tempo das cavernas. Não há um mísero traço de civilidade. É tacape, é esgoto, é fuzil. Para o candidato-nojo, é preciso extinguir qualquer legado do iluminismo, da Revolução Francesa, da abolição da escravatura,

Tempos apavorantes,de exacerbação dos sentimentos homofóbicos

  O texto é do blogueiro  Luis Modesto, de Maringá: " Aos que amo, evitem andar só! Espero que tudo esteja bem contigo ao ler estas linhas. Escrevo para compartilhar um aperto que tem convivido de forma conflitante com a esperança em meu peito. A cada dia recebo nova e mais impactante notícia sobre a violência que temos sofrido nas ruas e nas famílias. Xingamentos, ameaças, demissões, espancamentos e assassinatos. Todos os dias nos chegam relatos. Sei que teu corpo em transformação te torna alvo. Tua cor, cabelo e roupas te tornam alvo. Teu desejo de uma sociedade mais justa e socialista, teu feminismo, tua defesa do desenvolvimento e da soberania nacional atraem ódio. Discordar pode ser sentença. Nossos dias contemplam as tragédias passadas e veem a roda da história repeti-las sob a mais absurda farsa, dando triste concretude à máxima do autor do 18 Brumário de Luís Bonaparte. Sei que vocês tem sentido insegurança e desconforto em alguns locais públicos e as vezes e

Democraticídio

                                         . Tereza Cruvinel (Jornal do Brasil) As advertências sobre o risco Bolsonaro para a democracia não são choro antecipado de perdedor, artifício de petistas desesperados para virar o jogo. O democraticídio virá, não apenas porque condiz com a natureza autoritária do deputado-capitão, mas porque, se eleito, não será capaz de dar outra resposta aos impasses que enfrentará. Os avisos vêm até dos que ajudaram a semear o antipetismo, um dos mais fortes nutrientes da candidatura favorita. Outros, que poderiam falar mais alto, justificam a omissão com a bazófia de que, ainda que ele tente, nossas instituições terão força para evitar qualquer ruptura. Em 1964 também tínhamos instituições que pareciam funcionar, mas elas não apenas cederam ao primeiro movimento de tanques. Elas ajudaram a executar a parte civil do golpe. Bolsonaro e seu entorno, a começar do vice troglodita, nunca esconderam o pendor autoritário e a saudade da ditadura,