A comentarista de economia da Rede Globo, Mirian
Leitão, disse hoje no Bom Dia Brasil que Dilma está caindo porque fez uma gestão desastrosa
do ponto de vista econômico no seu primeiro governo e a bomba explodiu no
início do segundo, quando ela perdeu popularidade e apoio no Congresso Nacional. Fiquei pensando na hora: será que vivemos num sistema parlamentarista e não sabemos? No presidencialismo, o
presidente só é passível de impeachment quando comete crime de
responsabilidade, investigado e provado, com provas muito consistentes, que não
é o caso. Quando o presidente (no caso a presidente) deixa o barco afundar por
incompetência administrativa e política (no caso da Dilma foi falta de jogo de
cintura para lidar com a Câmara e o Senado), o remédio tem um nome: eleição.
Portanto, apear o PT do poder seria legítimo se fosse por meio do voto popular.
Diante de uma situação como essa, que requer solução
imediata para tirar o país do atoleiro o que deveria ser feito era um pacto de
salvação nacional, tomando-se como exemplo o Pacto de Moncloa, que tirou a
Espanha do atoleiro após a queda do franquismo . Acho que a democracia
brasileira, que se fortalece a cada eleição, merecia um pouco mais de desprendimento
da classe política, que está provado com esse episódio do impeachment , não
pensa no país, mas apenas no próprio umbigo. E, respaldados pela mídia e pela Suprema Corte, que passa o
verniz da legalidade no rito montado lá atrás pelo improbo Eduardo Cunha, os
senadores afiam a lâmina da guilhotina.
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