MESSIAS MENDES

  Todo mundo ouve falar no Centrão, no mal   que esse grupo de parlamentares faz ao país por meio da sua atuação no Congresso Nacional, principalmente na Câmara dos Deputados. Mas afinal, que bicho é esse? O Centrão vem desde a Constituinte, quando parlamentares direitistas se uniram para votar contra artigos que tornariam a Constituição de 1988 uma das mais avançadas da história do país. Mas com a Constituição Cidadã em vigor, eis que a direita decidiu repaginá-lo. E o fez, com Eduardo Cunha, que todo mundo sabe bem quem é. O bloco passou por vários governos, sempre chantageando os presidentes da república para obter vantagens. Mas com Bolsonaro, o Centrão encontrou o que sempre procurou: a oportunidade de tomar conta do poder, deitar e rolar na obtenção de cargos no Executivo e de verbas, principalmente por meio de emendas parlamentares. Bolsonaro, que antes vociferava contra o Centrão, hoje é membro efetivo do mesmo, tanto que ingressou no PL para disputar a reeleição. E se entr

  Guilherme Amado, do portal Metropoles: “Os rompantes do presidente da Caixa: ‘Vou estuprar todos vocês’ Além de supostamente assediar sexualmente mulheres, o presidente bolsonarista da Caixa Econômica é afeito a explosões     . Em 25 de abril deste ano, durante a  feira Agrishow em Ribeirão Preto/SP , o presidente da Caixa ficou tão irado ao ouvir críticas de clientes, que, além do discurso agressivo  ao lado de Bolsonaro , divulgado pelo Metrópoles, fez várias ameaças de retirar a função de funcionários do banco. O descontrole emocional não é de hoje. Em fevereiro de 2022, em uma reunião presencial com os funcionários que participaram e representaram a  Caixa em feiras do agronegócio , Guimarães ficou tão nervoso que deu um soco e destruiu um painel com a marca do banco. Na ocasião, também ameaçou os presentes a entregarem mais resultados ou perderiam seus cargos.  

  Informa a Folha de São Paulo que “  O presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou um decreto nesta segunda-feira (27) para permitir que a AGU (Advocacia-Geral da União) dê o parecer final sobre a legalidade de ações do governo em ano eleitoral”. Não precisa ser operador do Direito para saber que isso é uma excrescência. Depois de decretações de sigilos para proteger ele e assessores de crimes por maus feitos, Bolsonaro vem com mais essa imoralidade. O cara viola a Constituição dia sim e dia também e as instituições passam pano?   Cadê o Congresso Nacional? Cadê a reação do presidente do Senado, já que o da Câmara não conta?   Onde está o vassalo Augusto Aras, da PGR? Por acaso a OAB ainda existe? E por onde anda a nossa ABI? E a mídia corporativa, está fazendo o que, esperando um golpe para depois Bolsonaro drenar toda a verba publicitária do governo para veículos amigos, tipo Jovem Pan, SBT e Record, além de ressuscitar a censura? Cacete, Zé, que país é este? Em que atoleiro estamo

  Quando será que o Brasil vai se reencontrar com a sua história, reabrindo casos como os das mortes de João Goulart e Juscelino Kubitschek ? Jango morreu no Uruguai, onde estava exilado, mas a família jura por todas as juras que ele foi envenenado.   JK morreu em acidente automobilístico na Via Dutra, mas o estado brasileiro nunca admitiu que o ex-presidente foi vítima de um atentado. O motorista do carro em que JK viajava do Rio Para São Paulo em 1976 levou um tiro na cabeça e foi aí que jogou o automóvel contra um ônibus da Viação Cometa.   A Comissão da Verdade concluiu após longo processo de investigação que o atentado foi planejado pelo regime militar e executado no âmbito da Operação Condor.   As mortes de Jango e JK me vieram à mente, porque é evidente que o nosso país vive um clima de guerra e o desejo de Bolsonaro dar o golpe, melando as eleições de outubro, põe em xeque a segurança dos candidatos de oposição , principalmente Lula. Todo o cuidado é pouco.  

  Como presidente Bolsonaro é o chefe maior da Polícia Federal e, portanto, tem sempre informações privilegiadas sobre investigações, inclusive de aliados. Mas ao alertar um ministro seu de que poderia ser alvo de busca e apreensão e até de prisão, o que acabou acontecendo, cometeu crime de obstrução de justiça. Num país sério isso daria cassação e encarceramento.

  O ex-senador Cristóvão Buarque escreveu no blog do experiente jornalista político Ricardo Noblat, que sabe tudo dos bastidores de Brasília, um recado duro,   que é um sinal de alerta à classe política e ao país como um todo.   Informa que esta semana o comando das Forças Armadas ameaçou o candidato à presidência Ciro Gomes com notícia crime baseada no Código Civil e no Código Militar.   “Começa assim! Depois dele, virão outros. A ameaça ao segundo colocado nas pesquisas entre os opositores a Bolsonaro pode ser mais um sinal dos riscos de interrupção do processo eleitoral”, diz Buarque. Ele sugere que Ciro, Lula e outros candidatos do campo democrático, se conversem e reajam em bloco às ameaças que Bolsonaro não cansa de fazer, com apoio de alguns oficiais de alta patente das Forças Armadas. Há, na visão do ex-senador , o risco claro de que o presidente e seus aliados do Forte Apache não estariam dispostos a aceitar o resultado das urnas, caso Bolsonaro perca a eleição. “Eles pode

    Governo e centrão preparam um pacote que parece de bondade mas é da mais deslavada sem-vergonhice. Faltando menos de 100 dias para as eleições o desespero toma conta de Bolsonaro e do centrão, que se refestela com a dinheirama do orçamento secreto, a maior excrescência da história da república.   Lá se foram 3 anos e meio e Bolsonaro não moveu uma palha para amenizar o estado de miséria da população pobre. Ao contrário, fez aumentar de forma dramática o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social .   Foi incapaz de controlar a inflação e seu desgoverno agravou a violência, sobretudo na Amazônia, destruiu o ensino superior, destratou a ciência, bateu de relho na cultura e de paulada no bom senso.   As pesquisas, que dão Lula no primeiro turno, levam o desvairado ao desvario. Agora quer lançar um pacote de bondades, aumentando o Auxilio Brasil de R$ 400 para R$ 600, mas só até a eleição. Além disso, quer dar um voucher de R$ 1.000 para os caminhoneiros, que difi

  Esta é uma semana de pesquisas para todos os gostos. A do Datafolha, que é a mais esperada, sai na quinta-feira. Dependendo do resultado, Bolsonaro  anuncia o golpe ou pira de vez.

  A corrupção é disseminada no Brasil faz tempo. Frequentou os salões da ditadura militar, tomou conta do governo Collor, surfou no período Sarnei, fez pose na antessala dos governos FHC, dançou rumba no período Lula, costeou o alambrado no governo Dilma, deitou e rolou com Temer e faz a maior festa, sem ser incomodada, no governo Bolsonaro. O fenômeno da corrupção , infeliz e desgraçadamente, faz parte do nosso cotidiano, está na gestão pública, mas está também nas relações sociais. Faz parte da cultura das nações, está entranhada na cultura brasileira. Getúlio Vargas se suicidou num momento em que a oposição, liderada por Carlos Lacerda, colocava o seu governo sob suspeita.   JK, que foi tido como o presidente mais empreendedor da nossa história não escapou da pecha de corrupto. Jango não chegou a ser diretamente relacionado à corrupção, porque o anticomunismo tosco era a paranoia da direita naquele momento. E mesmo sendo um estanceiro, João Goulart era visto pelas elites naciona

  Eu sempre achei as emendas parlamentares uma excrescência. Pelo simples fato de que o deputado indica uma verba a um prefeito da sua base , geralmente para obras irrelevantes, e como já foi denunciado em passado recente,   muitos parlamentares acabam obtendo no frigir dos ovos, um pedágio, que pode chegar a 15%, Mas essas emendas ainda tem uma certa transparência, pela divulgação que os beneficiados fazem para obter dividendos eleitorais e também porque o próprio Tribunal de Contas daUnião monitora ,em parte, a distribuição e a aplicação. Mas o que dizer das tais emendas do relator, criada agora no governo Bolsonaro e manipulada pelo presidente da Câmara, no caso   Arthur Lira, versão piorada do Eduardo Cunha. Essas emendas, que são repassadas sem nenhuma transparência, são bancadas pela maior excrescência de toda a história da república , que é o orçamento secreto, que atualmente é de R$ 19 bilhões. Entre as destinações dessas emendas está, segundo a revista Piauí, o financiam

  O texto aprovado ontem pelo Senado, limitando a cobrança de ICMS sobre combustíveis acaba atribuindo aos estados a culpa pelo aumento desenfreado do diesel, da gasolina, do etanol e até do GLP. E os senadores, que são constitucionalmente representes dos estados, engoliram essa e desonraram seu papel no parlamento. Tudo isso sem questionar um só momento o atrelamento da política de preços da Petrobras ao dólar e à cotação internacional do petróleo. A chamada casa revisora avalizou a postura canalha do centrão que, comandado por Arthur Lira, enfiou o pacote eleitoreiro de Bolsonaro goela abaixo da população. E os governadores, que ficarão como vilões dos preços abusivos o que fizeram? A maioria, como foi o caso do Rato paranaense, enfiou a viola no saco, acreditando mesmo que os estados serão ressarcidos, conforme promessa de um ministro da economia que não cumpre em pé o que promete deitado.  

 

  A 4 meses da eleição e 6 meses do fim do mandato, Bolsonaro decidiu anunciar   uma renúncia de impostos da ordem de 15 bilhões para baixar centavos no diesel, na gasolina,   no GLP e no etanol. O objetivo, claro, não é beneficiar o povo, mas engambelar o eleitor. Para isso, avançará sobre os cofres de estados e munícipios,   com a redução, via PEC , do ICMs , imposto que não pertence à União. Os governadores que   têm um mínimo de dignidade estão esperneando e tentam convencer os senadores (representantes dos estados no parlamento brasileiro)   a não entrarem nesse barco furado. A política de preços dos combustíveis vem sendo sustentada desde Michel Temer e nesses três anos e meio de governo Bolsonaro não fez nada, absolutamente nada para mudar a situação. No desespero, tenta conter a escalada de preços a golpes de insensatez e cretinice. Os governadores querem saber de onde virá o dinheiro para ressarcir os estados das perdas que uma eventual PEC lhe imporá. E Paulo Guedes respond

  Dados divulgados ontem pela Globo News apontam que sob o governo Bolsonaro foi liberado um número de porte de armas (de pistolas a fuzis) que é simplesmente o dobro de todas as armas em posse do Exército e de algumas PMs, somados. Com o pretexto de liberar verdadeiros arsenais para caçadores e colecionadores , que têm muito dinheiro para comprar o que quiserem, até o diabo, se assim o desejarem, Bolsonaro armou seu exército particular (leia-se, milícias) com propósitos que parecem claros. O que mais espanta não é nem esse espírito belicista e sanguinário do presidente da república, mas a passividade das instituições, Congresso Nacional à frente. Agora, imagine se o eleitor brasileiro não colocar um ponto final nessa marcha bolsonarista já no primeiro turno, o que poderá acontecer? O perigo de aprofundamento do clima de ódio e de uma onda de violência sem precedentes na história do nosso país é possível e quase previsível, em caso de reeleição. Tomara que esta minha visão catastró

  Está surgindo um esquema de caixa 2 monumental na política brasileira. E aí entra muito dinheiro púbico, de prefeituras pobres em cidades de populações miseráveis. Os principais protagonistas são artistas sertanejos, todos bolsonaristas de carteirinha.   Envolve também a Lei Rouanet, mal falada por Bolsonaro et caterva. É a hora de entrar em campo o jornalismo investigativo, que já tem por onde começar a devassa. O ponto de partida atende pelo nome de Gustavo Lima, que segundo o site 247 acaba de comprar uma fazenda de R$ 275 milhões. Na verdade o bolsonarismo é orientado a travar na sociedade brasileira uma batalha cultural, impondo valores deturpados a uma sociedade dividida,   com a certeza de que na hora do voto o que fica é a lavagem cerebral em cima de agendas de costumes. Falta de saneamento básico, de moradia, fome, caos na saúde e na educação, isso é apenas detalhe. O importante é ampliar a produção de   chantili , para que ninguém perceba que o creme está ali apenas par

  Por que a guerra ainda não acabou? Hoje parece bem mais claro os objetivos de Putin: ele não para de bombardear enquanto não tiver o reconhecimento da Criméia e o domínio político de Luhansk e Donetsk. Enfim, a guerra acaba quando Zelensky reconhecer que perdeu o Leste, que é bem mais próximo culturalmente de Moscou de que de Kiev. O problema é que a Otan não quer entender essa realidade da geopolítica europeia e continua batendo bumbo para o palhaço ucraniano dançar. Enquanto isso, os bombardeios não param, as atrocidades não cessam e nem as ameaças de uma guerra nuclear desaparecem do horizonte.

  "Não é que o Alckmin não me criticasse ou não o criticasse. A gente fazia as críticas como amigos que jogam bola. A gente dá botinada, a gente pisa no pé, chuta a canela, mas a gente continua sendo civilizado e continua conversando”.

  Muitos ainda empregados quando perderem o emprego estarão também sem FGTS que , se antes usavam para adquirir casa própria ou deixar como reserva para a emergências de demissões inesperadas, hoje saca adiantado para comprar comida ou para se assanhar com a propaganda enganosa de ações da Eletrobras. Tá cheio de bolsonarista aí entusiasmado com o mito, que está liberando o Fundo de Garantia a torto e a direito. Na verdade, Bolsonaro está dando corda para os trabalhadores que ainda tem carteira assinada se enforcarem logo ali adiante. Como está fazendo com os aposentados ao antecipar 100% do décimo terceiro.

  Levantamento feito pela OAB do Rio de Janeiro mostrou que muitos dos mortos na chacina da Vila Cruzeiro não tinham envolvimento com o crime. Entre eles, um garoto de 16 anos, morto a facadas e uma mulher , atingida dentro de casa por um tiro de fuzil que segundo o mesmo relatório teria partido de uma arma de fardados. O que se questiona é o seguinte: se houve um confronto e morreram 26, como justificar que nenhum policial ficou ferido? Isso deixa claro que o que houve realmente foi um massacre. Foi uma chacina mais letal , atrás apenas da ocorrida no Jacarezinho, quando morreram 27 em 2021. Na época, o presidente Bolsonaro aplaudiu a carnificina e parabenizou os autores dos crimes. Foi na verdade, um sinal verde dado pelo presidente da república para que as forças de segurança matassem mais. E isso acabou acontecendo, como foi o caso agora da Vila Cruzeiro e do assassinato covarde de Genivaldo, no Sergipe. Agora digam : é possível dissociar esses crimes todos do bolsonarismo? É c

  “Essas megaoperações criminosas não têm valor como repressão ao tráfico. São manobras para desviar o foco da sociedade da corrupção, que alimenta integrantes de forças policiais e de aparelhos do Estado no Brasil”. . Paulo Sérgio Pinheiro, cientista político