Não se vê a elite
política dispor de um minuto do seu tempo para debater os problemas brasileiros
com responsabilidade . O que se tem visto desde que se iniciou o processo de
impeachment é uma soma de esforços, ou para cassar a presidente Dilma Rousseff
ou para salvar o mandato de Dilma Rousseff. Não é diferente o comportamento da
mídia e nem da sociedade organizada, que enfatizam sempre o discurso do combate
à corrupção, mas uma corrupção que está restrita à esfera nacional, com ênfase
total nos mal feitos do PT e lançamento freqüente de cortinas de fumaça sobre peemedebistas e tucanos de
alta plumagem citados na Lava-Jato.
A corrupção regional,
nos estados e municípios, está relegada a um segundo plano. Vejamos os casos de
Maringá, onde o MP questiona a legalidade da licitação do lixo e a prorrogação
do monopólio da TCC, sem que esses temas venham à lume, nem agora com o debate
eleitoral em andamento.
Enquanto isso, as ações
predatórias dos direitos sociais
engendradas pelo governo (ainda) interino de Michel Temer, seguem seu curso
ameaçador. É uma situação difícil, algo nunca visto na história recente do
país. A sociedade parece paralisada diante de uma crise econômica apavorante e de uma crise moral tão
grave, que compromete de maneira irremediável o futuro político do país,
carente de lideranças verdadeiramente comprometidas com a socieade.
Semana que vem o
impeachment estará decidido e certamente, Dilma voltará para case e Temer deixará
o Jaburu e se muda de vez para o Alvorada. A partir daí, só Deus sabe o que nos
espera. Uma coisa já está bem delineada no horizonte: espera-nos um quadro
trágico de desmonte do estado social, numa espécie de crônica anunciada do
assassinato de perspectivas.
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