Ele morreu ontem de morte natural, após viver 365 dias
tirando nosso sono, prendendo nossa respiração, nos dando calafrios e nos
impondo coisas que se tivéssemos força pra reagir, repeliríamos.
Não digo que se foi tarde, porque o conceito de tarde nos
parece perverso, fruto de insensibilidade e de incompreensão total do momento
histórico. Mas se foi . E se quer saber, estou meio aliviado porque se foi.
O sucessor chegou
chegando, com palavras nada alentadoras mas trazendo na mala bastante
esperança. Chegou dando ordens e recomendando: mexa-se, coloque seu tijolo na
construção que se inicia , senão o edifício não se sustenta quando chegar na
última laje. De pronto , dei razão ao seu espasmos de arrogância, porque de
olhos abertos e antenas ligadas sempre, sei que não falou besteira, apesar do
tom ameaçador.
Tá certo, vou ser compreensivo com 2016 e dizer: vá com
Deus, meu velho. Descanse em paz. Afinal, nos proporcionou dias amargos,
momentos de decepção, mas foi-se, deixando lições e necessidades inadiáveis de
reflexões profundas.
Seja bem vindo, meu garoto 2017. E obrigado por alertar aos que
dormem, alcoolizados pelos efeitos etílicos da desinformação e da falta de
percepção das coisas banais. Sabemos que precisamos estar de olhos bem abertos,
para agir contra os retrocessos que nos querem impor e para dizer um não
rotundo aos crimes de lesa pátria que andam cometendo lá em Brasília com o devido acobertamento da mídia e
protegidos pelo biombo da ignorância coletiva.
Tudo bem, seu grito de alerta, ecoado nas baterias de fogos
da última meia-noite , haverá de ter
acordado o gigante adormecido para a realidade dura que nos espera, mas que, com energia, garra e
indignação, haveremos de superar. E chegar no próximo ano novo mais felizes,
mais otimistas e com mil razões para gritar alto e bom som: VIVA O BRASIL!!!!
Comentários