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Se as pessoas que pensam pensarem bem, Ciro é a bola da vez


Ciro Gomes não é um homem de esquerda, é um progressista e antes de tudo nacionalista, que tal qual o fundador do seu partido, Leonel Brizola, vê o neoliberalismo com maus bofes. “Ninguém sério no mundo defende essa perversão”, resume, deixando claro que vai bater pesado nos predadores do futuro do Brasil, que a tudo querem privatizar e a todas as políticas públicas de proteção social buscam desqualificar e desmontar.
Com uma biografia invejável, inclusive no campo acadêmico, da pesquisa científica (fez mestrado em Harvard e escreveu um livro sobre economia em parceria com o intelectual brasileiro Roberto Mangabeira Unger ), Ciro é ficha limpa e desafia a quem quer que seja a provar que ele tenha sido processado por improbidade, mesmo tendo exercido os cargos de prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e Ministro da Fazenda de Itamar Franco e da Integração Nacional, no primeiro governo Lula. Só para lembrar , foi ele que deu início às tratativas para viabilizar a transposição do Velho Chico.
Bem, quem fala o que ele fala, quem detona os políticos sabidamente corruptos como ele detona, é prova cabal de que não em rabo de palha. O que falam dele, e isso ele admite, é que o cearense de Pindamonhangaba (nasceu em São Paulo e foi menino para o Ceará) tem pavio curto. Às vezes, quando irritado, ele parte pra porrada verbal, bem ao estilo Requião. Mas não pode ser chamado de desequilibrado, porque nunca perdeu a linha enquanto exercia os elevados cargos já citados.
Mas o que mais impressiona em Ciro Gomes é sua capacidade de verbalização, o preparo e a cultura que demonstra possuir e a visão de futuro de que tanto o Brasil precisa nesse momento.
Ao ser lançado pré-candidato pelo PDT, foi claro sobre seu projeto de Brasil: combater a desigualdade social e incrementar a industrialização do país são suas prioridades. Para os trabalhadores, um alento: “é preciso evitar que a massa salarial dos brasileiros se transforme, relativamente, na pior do mundo”.
Lembra sempre em suas palestras e entrevistas que “ nos anos 80 a produção industrial brasileira superava as da China, Malásia, Vietnã, Cingapura e Coreia do Sul somadas. Hoje, a China tem uma produção seis vezes e meia a do Brasil. Desde então, a relação entre produção capital e PIB caiu de 30% para menos de 10%.Por isso, defendo que é preciso retomar a industrialização com base em vários eixos”.
Exemplos? “No agronegócio 40% de todos os insumos utilizados na principal atividade da economia brasileira são importados. O Brasil não fabrica defensivos ou implementos agrícolas. Precisa voltar a fabricar”.
Critica duramente a entrega do patrimônio nacional pelo atual governo ao capital estrangeiro, lembrando Brizola quando se indignava com “as perdas nacionais”. Cita, por exemplo, o caso recente do cargueiro KC-390: “ Fabricado pela Embraer, este avião poderia dominar o mercado mundial. Faltavam R$ 700 milhões para homologar o cargueiro, mas o dinheiro não foi liberado e optou-se por entregar a Embraer à Boeing, uma fusão fictícia”.
Quando o assunto é petróleo lembra “a cadeia do petróleo e gás, colocada pelo governo Temer a serviço das grandes transnacionais. O Brasil agora enfatiza a exportação de petróleo bruto, aumentou a importação de derivados dos Estados Unidos e subutiliza seu próprio parque de refino. Um absurdo sem tamanho”.
De uma coisa não tenho dúvida: sem Lula na parada Ciro Gomes torna-se o cara. O PT deveria, desde já, lançar mão de um plano B e com humildade franciscana (o que parece muito difícil) abrir mão do protagonismo, para fortalecer o campo progressista, de preferência dando Fernando Haddad como vice. Haddad é um dos melhores quadros da política brasileira no momento e qualificaria de maneira extraordinária a chapa presidencial liderada por Ciro Gomes.
A direita vem babando, com Geraldo (opus dei) Alckmin, Jair (gatilho) Bolsonaro e Rodrigo (Nhonho) Maia. Que Deus tenha piedade de nós.

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