. Blog do Esmael
O
governo de Beto Richa (PSDB) que nega reajuste de 8,17% a professores e
servidores públicos, conforme determina a lei da data-base, paga os maiores
salários do país ao secretariado e dirigentes de empresas públicas do estado.
No entanto, essas informações não estão à vista no Portal da Transparência,
que foi convertido em ferramenta de combate ao funcionalismo do quadro próprio.
Desde 1º de janeiro de 2015, Beto
Richa tem o maior salário dentre os governadores brasileiros. Ele aumentou os
próprios vencimentos de R$ 29,4 mil para R$ 33,7 mil.
A título de comparação, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), recebe mensalmente R$ 21,6 mil. O
homólogo Camilo Santana (PT) percebe R$ 16,7 mil ao mês.
Ou seja, os paranaenses pagam
supersalários para o primeiro escalão do governo do estado envergonhá-los nas
páginas policiais. Vide os casos de corrupção e propina na Receita Estadual, no
Instituto Ambiental, na SUDE/Fundepar, etc.
Os secretários recebem mensalmente R$
23,6 mil cada um, mas alguns deles têm os salários turbinados pelos jetons
pagos pelos conselhos de administração de empresas públicas e mistas – a
exemplo da Copel, Sanepar, Celepar, Compagás, etc. É o caso do interventor do
PSDB nacional nas finanças paranaenses, Mauro Ricardo Costa, secretário da
Fazenda.
O titular das finanças estaduais,
importado da Bahia a mando do PSDB, optou pelo salário da origem (ele é cedido
pelo Ministério da Fazenda), mas, devido ao upgrade dos conselhos das estatais,
abocanha mensalmente mais de R$ 110 mil, de acordo com levantamento de
deputados na Assembleia Legislativa.
A diretoria da Copel (Companhia
Paranaense de Energia), comandada por Luiz Fernando Leone Vianna, tem salário
mensal de R$ 133 mil – mais a participação nos lucros e resultados – podendo
ultrapassar fabulosos R$ 150 mil mensais.
A história dos supersalários também se
repete na Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). Os nove felizardos
diretores da empresa ganham mensalmente cerca de R$ 70 mil, mais a participação
nos lucros e resultados.
Não é de hoje o ódio ao servidor de
carreira e amor aos assessores em cargo comissionado (dispensados de concurso).
Em 2011, por exemplo, Richa concedeu fantástico aumento de até 128% para os funcionários de confiança.
Nessa farra do tucano Beto Richa está
o auxílio-moradia mensal de R$ 4,7 mil a mais de mil juízes, desembargadores e
conselheiros de contas. Em fevereiro, o governo dele sancionou o benefício e agora o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) se prepara para pagar
R$ 250 milhões retroativos a 2009 (R$
250 mil para cada um). O salário médio mensal da magistratura é de R$ 26 mil.
Note o leitor que o salário médio
líquido do professor é menor que o auxílio-moradia de R$ 4,7 mil e que o
servidor do judiciário da primeira instância luta pela equiparação do colega da
segunda instância, mas o TJPR alega “não ter dinheiro” para essa política de
isonomia no andar de baixo.
O debate acerca dos supersalários é
perigoso porque parece desmerecimento, mas não é. O Blog do Esmael apenas
mostra a discrepância e privilégio aos “amigos do rei” ante ao massacre da
massa de servidores do poder executivo, dentre os quais os professores da
educação básica e universidade.
Portanto, o que se pede é justiça.
Nada além da justiça, da lei, da isonomia salarial entre todos os servidores
públicos do Paraná. O resto é privilégio para poucos.
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