Combater
a corrupção é fundamental, embora em outros tempos essa era uma disposição que
não existia, nem por parte da Justiça e nem do Ministério Público. O experiente
jornalista Mauro Santayana analisa o outro lado da moeda da operação lava-jato.
É o lado do desmonte de grandes empresas brasileiras da área da construção
civil, que sucumbem ante a transformação de doações de campanha e caixa 2 em
propina, sem levar em conta que o problema não está na empresa A ou B, no
político B ou C, mas em todo um sistema corrompido, este sim, a ser alterado
com a máxima urgência.
O
combate a corrupção, da forma seletiva e de potencialização do ódio como fazem
os procuradores e o juiz Moro, já provocou , segundo Santayana, “um prejuízo ao
país de R$ 140 bilhões, demissão de milhares de trabalhadores, interrupção de
dezenas de projetos na área de energia, indústria naval, infra-estrutura e
defesa, quebra de milhares de acionistas, investidores e fornecedores”.
Não
se trata de aliviar a barra dos executivos e mega empresários presos, mas de
discutir mecanismos que não ocasionem a morte de gigantes da engenharia, que ergueram grandes
obras não só no Brasil mas em vários outros países. “ A engenharia nacional está perecendo. Foi ferida de morte
por um sistema judiciário que pretende condenar, a
priori, qualquer contato entre empresas privadas e o setor público, e
desenvolveu uma Jurisprudência da Destruição de caráter descaradamente
político, que não concebe punir corruptos sem destruir grandes empresas,
desempregar milhares de pais de família, interromper e destroçar dezenas de
projetos estratégicos”, diz Mauro Santayana, que sentencia:
“A engenharia brasileira faleceu,
com seus escritórios de detalhamento de projetos, suas fábricas de bens de
capital, seus estaleiros de montagem de navios e plataformas de petróleo
fechados, suas linhas de crédito encarecidas ou cortadas, seus ativos vendidos
na bacia das almas e seus canteiros de obras abandonados.E o seu sepultamento
está marcado para algum momento de 2017.
Será sacrificada no altar da
estúpida manipulação midiática de factóides econômicos, com atitudes
desastrosas como a antecipação suicida pelo BNDES – em plena recessão – do
pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro”.
Esse dinheiro colocado no
tesouro, certamente para pagar juros da dívida pública é um dinheiro que
poderia ser imediatamente aplicado em infra-estrutura e que “ vai em troca de
uma insignificante, irrelevante, pouco mais que simbólica redução de 1% na
dívida pública, quando, sem fazer alarde, os dois últimos governos reduziram a
Dívida Nacional Bruta de 80% em 2002 para 67% em 2015, e a Dívida Líquida de
60% para 35% no mesmo período, pagando US$ 40 bilhões devidos ao FMI, e economizando
mais de US$ 370 bilhões em reservas internacionais nos anos seguintes”.
Lendo esse texto maravilhoso do
Santayana, aciono minha santa ignorância para perguntar: por que a grande
imprensa e as redes nacionais de televisão não recuperam o mínimo de senso
ético que tinham no passado e passam a divulgar os fatos como eles realmente
são? Por que o noticiário econômico distorce tanto a realidade fiscal
brasileira, defendendo crimes de lesa pátria como a PEC 55 e a reforma da
previdência proposta pelo governo TEMERário? Por que apóiam o desmonte
criminoso do estado social que está sendo feito ao mesmo tempo em que o governo
impostor fatia a Petrobras e entrega de mão beijada as nossas reservas de
petróleo a multinacionais?
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