Pular para o conteúdo principal

Governo Temer quer reduzir trabalhador a extrato de pó de bosta


O governo Temer está anunciando a oficialização, que deve se dar por Medida Provisória, de uma tal “jornada de trabalho flexível”. O argumento é o do estímulo à economia, por meio de facilidades para a contratação de mão de obra, sobretudo nos setores de comércio e serviços.
Seria, na prática, a contratação por hora trabalhada, com jornada móvel, a ser determinada ao bel prazer do empregador. Ou seja, o empregado fica como um joguete, à disposição para trabalhar nos horários que forem convenientes à empresa e não a quem labora. Ou seja, não haverá equilíbrio nas relações de trabalho. Seria uma versão moderna da escravidão.
Além disso, o governo deve aproveitar a mesma MP para aumentar o prazo do contrato temporário de trabalho, de 90 para 190 dias com prorrogação de mais 45 dias. Eis aí outra grande sacanagem, porque o argumento de aumentar o nível de empregabilidade é furado, como já está mais do que provado .
Iniciativas de flexibilização de jornada de trabalho nunca resultaram em mais vagas de trabalho, resultaram sim em supressão de direitos. Quem acha que isso é bom para a economia, para a saúde financeira das empresas está redondamente enganado. Afinal, a fragilização do emprego significa menos poder de compra da classe trabalhadora, que é onde está a grande demanda por produtos básicos que a indústria produz e o comércio vende.
Na esteira dessa MP desastrosa , e malandra, deve vir a terceirização. Este será outro grande golpe que darão no trabalhador brasileiro.Na calada da noite, a Câmara Federal aprovou dia desses o projeto de terceirização, inclusive de atividades fim. O projeto, que nasceu da cabeça de um parlamentar da pior espécie, chamado Sandro Mabel , foi para o Senado, mas apesar do esforço de senadores como Paulo Paim , do Rio Grande do Sul e Roberto Requião, do Paraná, vai acabar passando pela câmara revisora também.
A terceirização vinha se arrastando no parlamento brasileiro há 18 anos. Mas como diz o caboclo “porteira que passa um boi passa uma boiada”, agora a porteira se abriu de vez e a casa grande está vindo com uma fúria assustadora pra cima da senzala.
Como parar essa verdadeira tsunami que desce do planalto para arrasar a planície? As centrais sindicais estão atônitas, sem poder de reação. Não há que negar a existência de centrais pelegas, mas nesse momento em que todas podem ser varridas do mapa se continuarem de braços cruzados, é incompreensível a divisão.
Principalmente a CUT, que é a mais poderosa de todas, está se limitando a manifestações isoladas e até fazendo questão de se afastar das demais , como se fosse vestal, na tentativa que algumas fazem para tentar se contrapor ao desastre a partir de lobby no Senado da República.
Uma coisa é certa: se os trabalhadores não puderem contar com as centrais sindicais nessa hora, podem apostar: os direitos sociais sacramentados via Constituição de 1988 vão mesmo para o vinagre. Vide, por exemplo casos da PEC 55 e da reforma da previdência, instrumentos que o governo ilegítimo de Michel Temer tem em mãos para recolocar o Brasil no mapa da fome. Infelizmente, esta é verdadeiramente, a crônica de uma tragédia anunciada.
Tenho dito!!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Começou mal,muito mal

   Sergio Moro começou efetivamente sua vida de político neste sábado em Curitiba. Numa feira   no Juvevê   foi recebido com frieza pelo povo e ouviu muitos insultos. Chegou mudo e saiu clado, acompanhado de meia dúzia de assessores, inclusive uma cinegrafista. Ele disputa com Álvaro Dias, seu ex-fã e agora inimigo, a única vaga do Senado. Chances de vitória? Tem, mas são pequenas, pra não dizer, quase zero.  

Demora, mas chega...

 Estou ansioso pelo blog, que está demorando por conta da demanda de trabalho da equipe que está montando. Hoje recebi a notícia de que está sendo finalizado e entra no ar ainda esta semana. Pretendo atualizá-lo o tempo todo - de manhã, de tarde e de noite.