O ministro Paulo Bernardo deve esta hoje com a pulga atrás
da orelha. Isso porque a presidente Dilma Rousseff recebe nesta quarta-feira o
ex-ministro Franklin Martins, em audiência reservada.
Franklin foi quem costurou o texto da Lei de Meios no
governo Lula, com o objetivo de democratizar a mídia brasileira, uma das mais
cartelizadas do mundo.
Ocorre que Bernardo sentou em cima do projeto e vem
convencendo a presidente de que a mídia não precisa de marco regulatório,
sugerindo que a melhor maneira de democratizar os meio de comunicação,
principalmente a mídia eletrônica, é o controle remoto.
Franklin desenvolveu a tese de que é preciso colocar um
freio na cartelizarão da TV e do rádio, cada vez mais concentrados nas mãos de
grupos.Tanto que hoje três famílias dominam os
meios de comunicação de massa do país – os Marinho, os Saad e os Civita.
Em escalas menores, mas com nada desprezível poder de fogo vem os Mesquita, os
Fria e os Abravanel.
O que Franklin pretendia, com o aval de Lula, era pulverizar
o sistema de concessões e socializar as verbas publicitárias do estado, como Cristina
Kirchner tenta na Argentina e para isso
enfrenta uma verdadeira cruzada liderada pelo grupo Klarin.
E porque eu digo que o ministro Paulo Bernardo deve estar
com a pulga atrás da orelha? Porque essa audiência reservada da presidente com
Franklin é sintomática. Pode enfraquecer a tese do marido da também ministra
Gleisi Hofmann.
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