O maringaense tinha muito que se orgulhar da Rodoviária Américo Dias
Ferraz, projetada no final dos anos 50 sob influência dos traços do maior arquiteto do século XX, Le Corbusier. As
principais criações do mestre da arquitetura moderna estão em grande exposição
em Nova York, que deve correr por
capitais européias, como Londres e Paris. Segundo reportagem publicada hoje no
jornal Gazeta do Povo, “o mestre Le Corbusier, um artista transformador, é responsável
por grandes mudanças no pensamento arquitetônico.
“O legado corbusiano está em várias
edificações icônicas de Curitiba. Entre elas, se destacam o palácio Iguaçu, a
Reitoria da Universidade Federal do Paraná e o edifício construído como sede do
Instituto de Previdência do Paraná”, destaca o principal jornal do Estado,
acrescentando que “a lista de profissionais que recebeu influência de Le
Corbusier em projetos executados na capital paranaense também é extensa –
notadamente a partir da geração de arquitetos e engenheiros que veio de São
Paulo nos anos 60 para lecionar no recém-fundado curso de Arquitetura e
Urbanismo da UFPR”.
Oscar Niemeyer era um jovem e promissor
arquiteto quando Le Corbusier esteve no Brasil e teve com ele algumas
conversas.
Em sua edição de 5 de novembro de 2010 o O Diário destacava em matéria sobre a
Rodoviária, com base em informações do
professor Altair Aparecido Galvão, doutorando em Geografia Humana:
“ Em Maringá, a Estação Rodoviária
Américo Dias Ferraz foi construída no início da década de 1960 e se transformou
em motivo de orgulho para todos os munícipes, em especial quando algum
londrinense nos visitava e reclamava do fato de Londrina, a "Capital do
Café" não possuir, na época, nada parecido. Perto da nossa
"Estação", a deles era um mero "ponto de ônibus".
Quando ela foi inaugurada, os seus dois
arcos, localizados na Avenida Tamandaré e na Rua Joubert de Carvalho, eram considerados
os maiores vãos livres com esse formato no Brasil. Além de ser um dos
principais pontos de chegada e partida de passageiros de vários locais do país,
era um centro comercial popular, ou seja, um espaço público por excelência”.
Há de se concluir, então, que a demolição do prédio da
Rodoviária Américo Dias Ferraz foi um crime injustificável contra a memória da
cidade e contra a própria história da arquitetura universal. Tenho dito.
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