Poucos dias de governo e Michel Temer já mostrou a que
veio. Com rapidez de uma estrela cadente, extinguiu o Ministério do
Desenvolvimento Agrário; o Ministério das
Mulheres, alijando a mulher da sua gestão que se espera, seja curtíssima;
acabou com o Ministério da Cultura, gerando protestos de artistas em todo o
país e nomeou para o seu primeiro escalão, homens citados em delações premiadas
e envolvidos, alguns até a medula, com a justiça. De quebra, um de seus ministros,
que é maringaense, anunciou a redução do SUS (embora tenha recuado , bem à moda Waldir Maranhão), deixando claro
que pretende desativar o Mais Médico, a
Farmácia Popular e o Samu. Antes, enquanto relator do Orçamento da União ,
ensaiou um corte brutal de R$ 10 bilhões no bolsa família.
Enfim, Temer começa sob o signo do atraso, mostrando que
seu projeto Ponte para o Futuro não passa mesmo de uma pinguela para o abismo.
Em contrapartida, ele já deixou claro que pretende liberar os jogos de azar
(bingo, jogo do bicho, cassinos), que qualquer criança sabe que é causa de
destruição de femílias e pessoas viciadas, além de servir como porto seguro
para a lavagem de dinheiro. Some-se a tudo isso, o apoio incondicional a um
projeto de lei de José Serra, aprovado no Senado, que entrega o Pré-Sal e a
Petrobras às grandes petroleiras
estrangeiras, principalmente americanas, tirando do país a possibilidade de
alavancar o desenvolvimento do Brasil com os royaltys do petróleo que já
começou a ser extraído em alto-mar.
Não foi por acaso que Michel Temer entregou o Ministério
das Relações Exteriores ao “vampiro brasileiro”, que já fala em abandonar os
BRICS e fechar embaixadas em países latino-americanos , cujos governos caminham na contramão do neoliberalismo. Ah, em tempo: o presidente interino já acabou
com a CGU (Controladoria Geral da União), o órgão que tinha independência para
investigar a má aplicação de verbas federais em obras públicas nos estados e
municípios. Não se espantem se ele manietar a Procuradoria da República , nomeando para
cargo hoje ocupado por Rodrigo Janot um novo Geraldo Brindeiro, o engavetador
que impediu que seguissem em frente centenas de processos contra o governo
Fernando Henrique Cardoso.
Enfim, o governo Temer, que ainda é interino mas pode se
efetivar com a confirmação pelo Senado do impeachment , tem dado razões de
sobra para os brasileiros se preocuparem, e como diria Renato Russo, ficarem
com o cu na mão.
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