Quando o presidente da república diz que não vai demarcar terras
indígenas porque os índios já têm terra demais, ele está sinalizando aos exploradores
da floresta – madeireiros, mineradores e grileiros, que podem agir à vontade, inclusive assassinando chefes de tribos;
Quando o presidente grita que a “Amazônia é nossa e que nenhum outro o
país tem o direito de meter o bedelho na nossa política ambiental, ele está
dando sinal verde para as derrubadas e as queimadas ;
Quando o presidente desdenha da pandemia e tenta politizar a vacina, ele
está chamando o coronavírus para a dança da morte;
Quando o presidente se mostra totalmente alheio aos graves problemas
sociais do país, ele está acelerando a volta do Brasil ao mapa mundial da fome;
Quando o presidente diz que é preciso armar a população contra a
bandidagem, ele está dando um recado claro de que estamos costeando o alambrado
do reino da barbárie;
Quando o presidente joga jornalistas contra a polícia, como se a
imprensa fosse inimiga das forças de segurança, ele está antecipando o
excludente de ilicitude para que gatilhos sejam apertados contra quem corre
atrás da notícia para informar corretamente a sociedade.
Enfim, temos um presidente da república que, invés de cumprir seu papel
constitucional de trabalhar para proteger a vida dos brasileiros e reduzir as desigualdades
sociais, ele faz exatamente o contrário, o que, por si só, justificaria toda e qualquer condenação que ele venha a sofrer
doravante no Tribunal Penal Internacional.
Quando a sociedade acordar para o estrago que o governo Bolsonaro faz
com o presente e o futuro do Brasil, será tarde. Mas não será tarde a execração
pública do pior presidente da república que o nosso país já teve.
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