Pular para o conteúdo principal

Como e por que chegamos a este cenário terrível?



Acho sinceramente que os cientistas sociais precisam se debruçar sobre o fenômeno do preconceito ideológico e do ódio que tomou conta do país a partir do processo eleitoral der 2018. A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, professora de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade de Santa Maria, dá o ponta-pé inicial ao divulgar pesquisa que realizou neste campo, ao longo dos últimos dez anos. 
Ela constata a possibilidade de ascensão ao consumo proporcionado às classes mais pobres pelos dois mandatos de Lula, no entanto, classifica de precária a esperança transmitida, exatamente porque todos falavam numa espécie de satisfação de “último desejo”, demonstrando profunda consciência dos limites da inclusão social do período. 
A pesquisadora diz que não dá pra ignorar que socialmente o Brasil mudava pra melhor, “mas também é verdade que as estruturas racistas, classistas e violenta, se mantiveram inalteradas”. As conseqüências vieram logo em 2014 com o início da crise econômica e política, trazendo como resultado imediato a degradação da vida cotidiana na periferia. Não demorou, avalia a professora Rosana, “e a grande narrativa de um país emergente e e inclusivo colapsou”. 
É aí que entra a responsabilidade maior da esquerda hegemônica, que simplesmente desdenhou da crise e do clima de insatisfação coletiva que se espalhava. O ganho material da era Lula se desmanchava, então, no final do primeiro governo Dilma e início do segundo.
Isso, por si só, não explica a cooptação das classes menos aquinhoadas pela elite, mas ajuda a explicar a germinação em solo brasileiro da semente do fascismo que os setores progressistas não sabem ainda como combater.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema

Demora, mas chega...

 Estou ansioso pelo blog, que está demorando por conta da demanda de trabalho da equipe que está montando. Hoje recebi a notícia de que está sendo finalizado e entra no ar ainda esta semana. Pretendo atualizá-lo o tempo todo - de manhã, de tarde e de noite.