“Conjunto da obra”
é a nova expressão exaustivamente usada por defensores do impeachment para justificar suas posições. Até o Sardemberg,
comentarista da CBN anda mudando o tom da conversa. Não fala mais
em pedaladas fiscais como crime de responsabilidade, mas como crime que pode
ser perdoado “e no caso da presidente Dilma seria se a economia estivesse
crescendo, se a situação econômica do país estivesse um pouco melhor”.
Mas, diz Sardemberg , fazendo coro com lideranças
partidárias , com alguns juristas e economistas: “a presidente da república
deve ser impichada pelo conjunto da obra”. Hoje de manhã ouvi o ex-presidente
Fernando Henrique dizer na Globo News que o problema da Dilma, que alimenta o
processo de impedimento é o conjunto da obra. Até Janaína Paschoal, a advogada que virou
estrela ao defender o pedido de impeachment que ela protocolou na Câmara junto
com Miguel Reale e Hélio Biudo, falou em
conjunto da obra.E se tornou a nova musa do golpe midiático.
Então é assim, a presidente da república corre o
risco de ser apeada do poder, não mais por pedaladas fiscais, que muitos
juristas tem dito que não configuram crime de responsabilidade, mas pelo
conjunto da obra. Então fiquei pensando uma manchete da Folha de São Paulo e do
Estadão mais ou menos assim, em caso de impeachment: “O congresso cassa a
presidente pelo conjunto da obra”.
Um artista plástico, um músico famoso, um escritor
de respeito, qualquer um deles pode parar numa cadeira de imortal, como na
Academia Brasileira de Letras, por exemplo, ou pode ser hostilizado na rua e apanhar da
mídia, por conta do com junto da sua obra. Portanto, cuidado, logo o conjunto
da obra será objeto de investigação da Lava-Jato.
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