O professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas, Oscar Vilhena Vieira,
diz, em artigo publicado na Folha de São Paulo, que as milícias estão tomando
conta do poder central. O autor do livro “A Batalha dos Poderes” faz um
diagnóstico assustador sobre a influência dos milicianos no governo Bolsonaro.
Aponta, em tom de advertência, que “a
ampliação das invasões das terras indígenas, o aumento das queimadas na
Amazônia, o crescimento das mortes pela polícia, os ataques à liberdade de
expressão, a total negligência com o sistema educacional e o combate frontal à
cultura não decorreram de mudanças propriamente institucionais. Ao contrário,
foram consequência de uma ação paraestatal sistemática promovida pela dimensão
miliciana do atual governo que provoca a erosão, captura e desgaste das
instituições”.
Notem que o presidente está anistiando a grilagem e freiando novas áreas
indígenas, ao mesmo tempo em que bate pregos na tampa do caixão da reforma
agrária. Isso estimula “empreendedores rurais”, que segundo o professor adotam
na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, o mesmo modus operandi das milícias dos
subúrbios cariocas, ou seja, ocupar áreas na marra, no grito e se preciso, na
bala. Comunidades inteiras estão sendo subjugadas. É o reino da barbárie sendo
instalado no campo a partir do manuseio da caneta Big de um certo Jair Messias.
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