Sérgio Moro deu entrevista à CNN e mostrou-se despreparado e por fora de tudo quando foi instado sobre problemas sociais. Não consegue se aprofundar em nada, não vai além do senso comum, seja qual for o tema abordado. Ele só não é tão raso quanto seu ex-chefe Bolsonaro, mas consegue ser pior do que o cabo Daciolo. O papo do ex-juiz tem a profundidade de um pires. Essa é a terceira via que a Globo e certos setores da elite e da classe média metida a besta defendem?
MESSIAS MENDES - Informação e análise, com o máximo de isenção e imparcialidade. Meu compromisso? É nunca afrontar a realidade dos fatos.
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Leomar Antonio Montagna
Leomar Antonio MONTAGNA, possui Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR; Curso de Especialização, ênfase em Ética, também, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR; Pós-Graduação em História do Pensamento Brasileiro pela Universidade Estadual de Londrina UEL; Reconhecimento de Graduação em Filosofia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE; Graduação em Teologia pelo Instituto Teológico Paulo VI de Londrina; Graduação em Ciências: Licenciatura de 1º Grau pela Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari FAFIMAN e Curso de Graduação em Filosofia pelo Instituto Filosófico Arquidiocesano de Maringá IFAMA; Presbítero da Arquidiocese de Maringá, Pe. Leomar Antonio Montagna, atualmente é Coordenador e Professor do Curso de Licenciatura em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR - Câmpus Maringá, Membro do Conselho Editorial da Editora Humanitas Vivens LTDA, - Editora On-line_, Professor da Escola Teológica Para Cristãos Leigos e Membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Maringá, também, é Pároco da Paróquia Santo Expedito em Maringá; Professor convidado da Faculdade Missioneira do Paraná (FAMIPAR) de Cascavel entre os anos de 1998-2009; Autor de vários artigos para revistas e jornais, palestras e cursos de breve duração; Na área de Filosofia, atua, principalmente, nos seguintes temas: Filosofia, Ética, Filosofia Política, Santo Agostinho, História da Filosofia e História do Pensamento Brasileiro e Latino-americano; Na área de Teologia tem experiência em Moral Social e Doutrina Social da Igreja.
“São patosidiotas e não patriotas”, diz padre de Maringá sobre apoiadores de Moro
“Se quisessem contribuir com a democracia teriam se manifestado exigindo que o poder judiciário tratasse a todos sem parcialidade”, postou o padre da cidade de Sérgio Moro
O padre Leomar Antonio Montagna, de Maringá, no Paraná, terra de Sérgio Moro, fez no último domingo (14) uma postagem criticando o que ele chama dessa “turma do verde amarelo” que, segundo ele “é o maior engodo que o Brasil já viu, uma mentalidade de patosidiotas e não patriotas, uma mentalidade de fazer esquifo, pois são subservientes à corrupção, movidos simplesmente por ódio, intolerantes, parciais e preconceituosos”.
Ao final, ele completa: “Como padre, rezo por um Brasil mais justo, por um judiciário que não seja parcial, pelas pessoas, de verde amarelo, vermelho e de todas as cores, pessoas são ícones de Deus, mas não posso aprovar esta mentalidade, pois não condiz com a dignidade humana e muito menos com o Reino de Deus anunciado por Jesus”, concluiu.
Sobre as manifestações em Maringá: essa turma do verde amarelo é o maior engodo que o Brasil já viu, uma mentalidade de patosidiotas e não patriotas, uma mentalidade de fazer esquifo, pois são subservientes à corrupção, movidos simplesmente por ódio, intolerantes, parciais e preconceituosos. No fundo, de mentalidade doentia e privados de alma racional. Se quisessem contribuir com a democracia teriam se manifestado exigindo que o poder judiciário tratasse à todos sem parcialidade (por exemplo, onde está a mulher de Cunha sob responsabilidade do juiz Moro?). E quando foi que vimos esse grupo se manifestando contra as malas de Aécio, Temer, apartamento cheio de dinheiro de Gedel? Então a mentalidade dessa turma é um grande mal, pois fecham os olhos para crimes gritantes, tanto maiores que uma simples reforma de um triplex sem provas concretas. Lembrando ainda que essa turma apoiou o Golpe e é conivente com o que existe de pior na política, pois desde o golpe se instalou no governo a grande bandidagem, sustentada por pífios Congressistas, que além de se protegerem com a imunidade, continuam desviando recursos, pagos com nossos impostos, para interesses particulares, de grandes corporações e do capital internacional. Estamos novamente convivendo com a fome e devido a precariedade dos recursos destinados ao social, se imagina o pior pela frente, além da perda de muitos direitos trabalhistas e sociais, inclusive os pobres e trabalhadores correndo o risco de morrer às mínguas sem à aposentadoria.
Tudo isso é muito triste, a grande mídia, os representantes do capital fizeram acreditar que o mal estava só num partido político e demonizaram muitas lideranças de lutas incansáveis em favor do bem comum, pena que muitas pessoas embarcaram neste imbróglio e assim estão prejudicando-se a si mesmos e destruindo a esperança de um Brasil da inclusão, da igualdade e melhor para todos.
Como padre, rezo por um Brasil mais justo, por um judiciário que não seja parcial, pelas pessoas, de verde amarelo, vermelho e de todas as cores, pessoas são ícones de Deus, mas não posso aprovar esta mentalidade, pois não condiz com a dignidade humana e muito menos com o Reino de Deus anunciado por Jesus.
Que o Espírito Santo venha em nosso socorro e que possamos vencer todo mal individual e coletivo. Deus abençoe, com sua sabedoria, cada um de nós e o Brasil que tanto amamos.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Maringá – Paraná
O jurista Fábio Konder Comparato reconheceu que a Reforma Protestante foi, incontestavelmente, a primeira grande revolução social do mundo moderno, atribuindo, à palavra “revolução”, o mesmo sentido que passou a ser vinculado a ela a partir da “Revolução Francesa”, ou seja, o de “uma renovação completa das estruturas sociopolíticas, a instauração, ex novo, não apenas de um governo ou de um regime político, mas de toda uma sociedade, no conjunto das relações de poder que compõe a sua estrutura organizatória”. De fato, longe de se constituir num arranjo ou arremedo superficial, a Reforma Protestante revolucionou profundamente todo o tecido social dos países que a acolheram. Não por acaso a sua deflagração coincide com a extraordinária expansão econômica, comercial e tecnológica que observamos a partir do século XVI nos países da Europa central e do norte.
Indústrias, universidades, escolas, hospitais, profusão tecnológica e grandes centros urbanos surgiram no encalço da Reforma. O desenvolvimento econômico foi associado ao respeito às leis e à segurança social. As profundas transformações socioeconômicas decorrentes da aplicação dos princípios cristãos restaurados e aplicados à vida social possibilitaram o extraordinário desenvolvimento que se seguiu. Impregnada na sociedade, a solidariedade cristã se traduziu na alfabetização em massa e na promoção coletiva da dignidade humana.
Este fenômeno ocorreu em todos os países do Centro e do Norte da Europa, atingidos mais fortemente pela Reforma Protestante. Na Inglaterra, em 1780, Robert Raikes iniciou o movimento das Escolas Bíblicas Dominicais, que teve um impacto tão importante sobre a diminuição do analfabetismo, da pobreza e da criminalidade no país, que se pode afirmar que o panorama social da Inglaterra se alterou completamente devido a sua atuação. Todo o sistema público de educação inglês foi criado a partir das Escolas Bíblicas Dominicais, que, além de ensinar as letras, também vestia e alimentava as crianças que atendia. Era notória a opção da Escola Bíblica de Raikes pelos pobres. Ela não reservava algumas “bolsas”, mas foi inteiramente pensada e direcionada para eles.
Por que o sentimento dos ditos “evangélicos” brasileiros em relação aos pobres parece ser tão diferente daquele dos pais da Reforma e também do de Robert Raikes, este leigo que, imbuído de profundo amor por Jesus e pelo seu próximo, realizou uma obra tão extraordinária?
Quando a Reforma chegou ao Brasil, ela não conseguiu manter o seu caráter “revolucionário”. Em vez disso, assimilou a estrutura social já instalada na sociedade brasileira. Aquela mesma diagnosticada por Gilberto Freire como “Casa Grande e Senzala”. Ao pobre da Senzala pode se fazer favores, mas jamais pretender alçá-lo aos mesmos patamares sociais dos habitantes da Casa Grande. Para não ferir o status quo, com honrosas exceções, a Igreja renunciou ao seu mandato social, adotando uma atuação bem mais discreta e assistencial.
A sociedade brasileira é marcada por uma violenta separação econômica entre abastados e miseráveis, que Cristovam Buarque identificou como análoga àquela adotada oficialmente na África do Sul entre 1948 e 1994, chegando a batizar o nosso próprio regime de segregação de “Apartação Social”. Os primeiros cristãos reformados brasileiros cedo perceberam que atrairiam para si o mesmo ódio irracional destinado aos párias se tentassem promovê-los socialmente para além do simples alívio das suas dores. No Brasil, qualquer tentativa de atenuar as profundas desigualdades sociais vigentes foi sempre considerada como um ato subversivo e perigoso.
Mesmo sendo católico e clérigo, o Monsenhor José da Silva Coutinho, conhecido na Paraíba como “Padre Zé”, experimentou o desprezo destinado a quem tentasse aplicar o cristianismo à vida social. Na primeira metade do século XX, o Padre Zé não apenas procurou alimentar os pobres, mas também profissionalizá-los e encaminhá-los, através do Instituto São José, que, entre outras ações, oferecia cursos gratuitos de datilografia para moças de bairros periféricos. Em vez de ser reconhecido como um benfeitor visionário muito à frente do seu tempo, foi acusado pelas respeitáveis donas de casa da classe média de então de “estar tirando as empregadas domésticas dos lares”.
Nada mais verdadeiro em relação ao cristianismo brasileiro do que as palavras do grande escritor cristão Leon Tolstói: “Os ricos estão sempre dispostos a fazer tudo pelos pobres, menos descer das suas costas”.
IZABEL CRISTINA RODRIGUES, Professora da UEM, ligada as causas indígenas e da educação.
ELSON BORGES(ZUMBI), Agrônomo com mestrado e doutorado, ligado ao MST e luta pela terra.
AVERALDO GEMINIANO DAS GRAÇAS, Professor estadual PR.