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Somos auto-suficientes. E daí?


O Brasil é auto-suficiente, exporta petróleo bruto e importa derivados, o que é um absurdo. Ainda mais  considerando que  suas refinarias está com metade da capacidade ociosa. Teoricamente, a alta do petróleo no mercado internacional deveria ser bom para o nosso pais. Mas é um desastre, exatamente por conta dessa política estúpida de derivados no mercado interno.

Comentários

Anônimo disse…
Logo logo a gasolina vai passar dos 5 reais e o gás de cozinha passar dos 100 reais, presentinho do Bozo.
Carlos disse…
Amigo caminhoneiro bolsominion, faz arminha com a mão que o diesel não sobe. Espere sentado aí atrás do volante, tá?
Daniel disse…
Na minha cidade, gás a R$ 85,00 - mas tudo vai bem (para os pecuaristas, militares e familiares de Bolsonaro, naturalmente).
Anônimo disse…
Esperar o quê de um país cujo presidente bate continência à bandeira de uma nação predadora de seu patrimônio ? esperar o quê de um povo que não gosta de política ? esperar o quê de uma elite apátrida ? esperar o quê de religiões, cujos representantes enaltecem o ódio ? esperar o quê de uma mídia comprometida com interesses contrários aos da população ? Dos brasileiros, como sempre, se torna difícil esperar que lutem por algo, exceto a própria e sofrida para muitos, sobrevivência.
Irineu disse…
O aumento da ociosidade nas refinarias, causava aumento correspondente na exportação de óleo cru.

Mas os importadores e as refinarias estrangeiras ainda não estavam satisfeitos. O modelo podia ser melhorado.

O câmbio e o preço do petróleo oscilavam com muita frequência.

A correção mensal de preços estabelecida na nova política dificultava os negócios.

Então em 30 de junho de 2017 [Pedro] Parente resolveu o problema implantando nova política de preços.

Nossa Diretoria Executiva aprovou, ontem, a revisão da política de preços de diesel e gasolina comercializados em nossas refinarias, visando aumentar a frequência de ajustes nos preços que passará a vigorar na próxima segunda-feira, dia 3 de julho.

A revisão da política aprovada permitirá maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia a competir de maneira mais ágil e eficiente.

Ao mesmo tempo o G1-Economia informava:

A Petrobras revisou nesta sexta-feira (30) a política de preços do diesel e da gasolina, dando certa liberdade para que a área de marketing e comercialização da empresa reajuste a cotação na refinaria de forma mais frequente, inclusive diariamente, em busca de competitividade e COM O OBJETIVO PRINCIPAL DE RECUPERAR RECEITA E PARTICIPAÇÃO DE MERCADO.

A nova política que dizia ter o objetivo de “recuperar a participação de mercado” animou os importadores de derivados que neste mesmo mês de julho criaram a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis – ABICOM, formada por 9 empresas, a maioria empresas internacionais.

Em fevereiro de 2018 a ABICOM envia oficio ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade solicitando abertura de investigação para detectar possíveis práticas de anti concorrência pela Petrobras.

O Cade é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tem como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico, exercendo papel tutelador, da prevensão e da repressão do mesmo.

Mas qual seria a prática anti concorrência da Petrobras ?

Desde 1997 o mercado brasileiro de petróleo e derivados é aberto á livre concorrência.

Exploração, produção, refino e distribuição estão abertos a quem quiser e tiver competência para competir.

Qualquer empresa decente defende suas conquistas e seus direitos até a última instância.

Mas é isto que faz a Petrobras?

Não. Segundo informação do Valor Econômico:

“A companhia nega a acusação e aponta que o crescimento das importações por agentes comprova que a estatal não impõe obstáculos à atuação dos abastecedores”u

A Petrobras aceita as imposições do Cade sem nenhuma atuação de autodefesa diante das acusações absurdas.

Irineu disse…
Em algum momento, acho que após a greve dos caminhoneiros (maio/2018), o site da Petrobras substituiu o termo “Preço de paridade internacional” por “Preço de paridade de importação” com a explicação:

Preços para a Gasolina e o Diesel

Os preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos. Além disso, o preço considera uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços). Fonte: cópia do site Petrobras

Notem que a adição do lucro, que existia na explicação de 2016, sumiu.

De qualquer forma nunca foi apresentada qualquer memória de cálculo para sabermos exatamente como os preços são calculados.

O fato é que consumidor brasileiro sabe que os preços dos derivados estão muito acima de sua capacidade de pagamento e não deveria e nem precisaria ser assim.

A política de preços da Petrobras penaliza os consumidores brasileiros, que tem de pagar preços mais elevados do que deveriam.

Penaliza a própria Petrobras que perde mercado e renda, ficando com suas refinarias na ociosidade.

Prejudica a economia brasileira que se torna menos competitiva.

Só beneficia os “traders” internacionais e as refinarias estrangeiras para onde transferimos empregos e renda.

Em 2019 o Brasil exportou 1,3 milhões de barris dia de petróleo cru (44% da produção) e importou 600 mil barris dia de derivados.

Estamos vendendo óleo cru e importando derivados enquanto nossas refinarias ficam na ociosidade.

DRIBLANDO A LEI PARA VENDER REFINARIAS

Em 06 de junho de 2019 o STF decidiu:

“que o governo pode vender empresas subsidiárias de estatais sem necessidade de lei específica e sem realização de licitação. Para a alienação do controle acionário de empresas matrizes ou sociedades de economia mista, diferentemente, é preciso autorização do Legisltivo e processo licitatório.”

A votação havia começado na semana anterior e já dava para prever qual seria a decisão do Supremo.

O advogado-geral da União, André Mendonça, afirmou “o país agradece a decisão que hoje foi tomada”…”o atual modelo endividou as estatais, que têm de desinvestir para que foquem naquilo que dá lucro”.

O advogado-geral mostrou que não entende nada de empresas, projetos de investimentos e balanços contábeis.

As refinarias não são subsidiárias, pois fazem parte da empresa matriz.

Portanto, pela determinação do STF, só podem ser vendidas com autorização do Legislativo e em processo licitatório.

Mas “autorização do Legislativo” e “processo licitatório” é tudo que a atual administração da companhia não quer.

Aliás, a imprensa já vem anunciando quais serão os prováveis compradores das refinarias, que já teriam sido escolhidos.

Por nova solicitação da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis – ABICAM em abril de 2019, o Cade abriu inquérito contra a Petrobras para avaliar se a empresa estaria utilizando o monopólio no refino para ter vantagem na determinação dos preços.

Novamente, como no caso do estabelecimento da política de preços em que a empresa atuou contra os seus interesses favorecendo seus concorrentes, sem existir nenhuma exigência ou sequer solicitação, a Petrobras por vontade própria em 04 de junho de 2019 (dois dias antes da deliberação do STF) propõe ao Cade acordo para venda de refinarias.

PORTANTO A VENDA DAS REFINARIAS NÃO FOI UM EXIGÊNCIA DO CADE, MAS UMA PROPOSTA DA PRÓPRIA PETROBRAS COM O PROPÓSITO DE ENVOLVER O ORGÃO NO PROCESSO.

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